DeSantis anunciará candidatura à Casa Branca em bate-papo com Elon Musk

23 maio 2023
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O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, anunciará sua candidatura à presidência dos Estados Unidos nesta quarta-feira, durante uma 'live' no Twitter com Elon Musk, informou à AFP uma fonte próxima nesta terça-feira (23).

A informação foi rapidamente confirmada pelo magnata, dono da rede social. "Vou entrevistar Ron DeSantis e ele tem um grande anúncio a fazer", declarou Musk ao Wall Street Journal.

A conversa entre os dois está prevista para as 18h de Washington (19h em Brasília) desta quarta-feira.

DeSantis é apontado como o maior rival de Donald Trump para a candidatura republicana. E os dois se conhecem bem.

O governador, que comanda a Flórida desde 2018, entrou na campanha daquele ano como um congressista quase desconhecido. Contudo, o apoio do então presidente permitiu que ele conseguisse uma vitória apertada.

Após assumir o gabinete em Tallahassee, DeSantis foi se distanciando do ex-presidente bilionário e ocupando seu próprio espaço na direita americana, com políticas bastante conservadoras em temas como educação, aborto e imigração.

O rebuliço causado por algumas de suas medidas lhe rendeu enorme atenção midiática, para além das fronteiras da Flórida, no sudeste do país. Mas a batalha pela candidatura republicana vai mostrar se seu novo status no partido é suficiente para superar Trump.

De acordo com numerosas pesquisas, o ex-presidente tem larga vantagem sobre o governador de 44 anos, que foi reeleito para o cargo em novembro de 2022 com uma vitória arrasadora.

- Um adversário de peso -

Muitos coincidem em afirmar que DeSantis, filho de uma família de classe trabalhadora, veterano de guerra e graduado em Harvard e Yale, tem um grave déficit de carisma se comparado a Donald Trump.

A forma de comunicar sua candidatura já foi alvo de piada por parte do entorno de Trump. "Anunciar sua candidatura no Twitter é perfeito para DeSantis. Assim, não precisa interagir com ninguém", ironizou um dos assessores do ex-presidente em conversa com a AFP.

As projeções indicam que o governador da Flórida terá um duro embate contra o bilionário nova-iorquino, um homem imune aos escândalos, cujos problemas na Justiça parecem mobilizar ainda mais seus numerosos seguidores.

Trump anunciou sua candidatura em novembro e gaba-se de já ter arrecadado milhões de dólares em doações desde que um tribunal de Nova York o indiciou em abril por um caso de fraude contábil.

DeSantis, por sua vez, também poderá contar com doações generosas - US$ 110 milhões (R$ 546 milhões) até a data de hoje - com as quais espera reduzir a distância para Trump e inundar o país com anúncios de campanha.

- Troca de guarda? -

Em um vídeo recente do comitê de ação política do governador, um homem cola um adesivo "DeSantis presidente" no capô de um carro, por cima de outro com o slogan "Trump 2016".

O anúncio resume a mensagem que o governador quer transmitir aos eleitores: diante do magnata de 76 anos, DeSantis quer incorporar a nova guarda do Partido Republicano.

Os demais candidatos declarados na corrida pela indicação republicana - Nikki Haley, Tim Scott, Asa Hutchinson - praticamente não superam 5% das intenções de voto nas pesquisas, assim, tudo indica que a batalha será entre o governador do estado ensolarado e o homem que o promoveu.

As hostilidades entre ambos começaram muito antes da entrada de DeSantis na campanha. Faz semanas que Trump vem multiplicando as críticas e piadas contra seu rival em suas redes sociais e comícios. DeSantis, por outro lado, tem contra-atacado à sua maneira, de forma mais sutil, destacando o que mais causa dor ao ex-presidente: sua derrota nas últimas eleições presidenciais para o democrata Joe Biden.

O candidato que sair das prévias republicanas enfrentará, em novembro de 2024, o nome designado pelo Partido Democrata.

Por ora, a escritora de sucesso Marianne Williamson e um sobrinho do ex-presidente John Kennedy, Robert Kennedy Junior, são os únicos candidatos do partido a desafiar o atual presidente, e suas chances de conseguir a indicação são escassas.


FONTE: Estado de Minas


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