UEMG vai pesquisar fósseis de ovos de répteis encontrados em Minas
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Fósseis de ovos de crocodilomorfos, grupo de répteis que viveram há cerca de 80 milhões de anos, encontrados durante uma obra de duplicação da BR-365, em Monte Alegre de Minas, na região do Triângulo Mineiro, em outubro de 2021, serão guardados e analisados pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Os sedimentos ficarão no campus de Ituiutaba, também no Triângulo.
O ninho estava imerso em rochas sedimentares conhecidas como arenitos, que estão associadas à formação geológica chamada Vale do Rio do Peixe. Para especialistas, o achado indica que, durante o período, a região possuía um ambiente diferente do de hoje, o Cerrado.
De acordo com o paleontólogo Pedro Victor Buck, coordenador do Laboratório de Paleontologia da UEMG Ituiutaba, agora os fósseis serão analisados para determinar a espécie exata dos crocodilomorfos. Além disso, a universidade pretende entender as rotinas da espécie, como comportamento reprodutivo e processo de fossilização.
Os ovos foram encontrados por uma máquina de escavação. “Quando ela [a máquina] avança, quase destrói tudo o que está no talude. Por sorte, a concha puxou o material, paramos o serviço, e, após o almoço, fui dar uma olhada nos rejeitos. Foi quando encontrei essa ninhada de ovos, numa ação de sorte mesmo”, explicou o paleontólogo Paulo Macedo, contratado pela empresa responsável pela obra de duplicação da rodovia.
Pesquisa
Agora, os fósseis vão passar por estudos mais detalhados, entre eles medições de comprimento e largura. “Também observaremos quantos ovos foram encontrados, quais estão mais inteiros e quais estão fragmentados ou pintados. Essa será a primeira descrição”, detalhou o coordenador do Laboratório de Paleontologia da UEMG Ituiutaba.
Embora acredite que sejam ovos de um crocodilo terrestre semelhante ao encontrado na região, ele não descarta a possibilidade de serem ovos de dinossauro. Pedro Victor Buck explica que é possível distinguir as estruturas de casca dos crocodilos terrestres e dos dinossauros por meio de análises microscópicas.
Paulo Macedo, que já encontrou centenas de outros fósseis, considera essa descoberta como algo único: "Pense bem, se você está com uma ninhada de ovos, qualquer pressão pode quebrá-los. Conseguir encontrar algo assim é inédito."
FONTE: Estado de Minas