Acidente ferroviário deixa ao menos 200 mortos e mais de 850 feridos na Índia

02 jun 2023
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Pelo menos 207 pessoas morreram, mais de 850 ficaram feridas e muitas outras podem ter ficado presas entre os vagões após uma colisão de três trens nesta sexta-feira (2) no estado de Odisha, no leste da Índia.

Repórteres da AFP no local da tragédia perto de Balasore, a cerca de 200 quilômetros da capital regional Bhubaneswar, observaram compartimentos de trem destruídos, com pedaços de metal retorcido e manchados de sangue.

Alguns vagões ficaram completamente virados e as equipes de resgate estavam procurando sobreviventes presos entre os destroços dos veículos, enquanto dezenas de corpos jaziam ao lado dos trilhos cobertos por lençóis brancos.

"Já contabilizamos 207 mortos e o número ainda vai aumentar", disse à AFP o diretor-geral dos serviços de bombeiros do estado de Odisha, Sudhanshu Sarangi, no local do acidente.

"As operações de resgate estão em andamento e levará várias horas para concluí-las", acrescentou.

O secretário-chefe do estado de Odisha, Pradeep Jena, confirmou ainda que "cerca de 850 feridos foram levados para hospitais" e que os trabalhos de resgate estavam em andamento.

"Nossa prioridade máxima agora é resgatar (os passageiros) e fornecer apoio médico aos feridos", afirmou.

Amitabh Sharma, diretor executivo das Ferrovias Indianas, disse à AFP que dois trens de passageiros "estiveram diretamente envolvidos no acidente" e que "um terceiro trem, de carga, estava estacionado no local e também acabou envolvido".

Acidentes ferroviários não são incomuns na Índia, que já testemunhou vários incidentes desse tipo no passado, mas a magnitude dessa catástrofe tem causado comoção.

Um sobrevivente disse a repórteres locais de televisão que estava dormindo quando o acidente aconteceu e que acordou preso entre uma dezena de passageiros. Ele conseguiu sair do trem rastejando, com ferimentos no pescoço e no braço.

Outra rede de televisão exibiu imagens gráficas de um vagão tombado e pessoas tentando resgatar as vítimas.

- Hospitais abarrotados -

Diante do elevado número de afetados, os feridos estavam sendo transportados tanto em ambulâncias quanto em ônibus para qualquer hospital que tivesse espaço disponível.

"Preparamos todos os grandes hospitais públicos e privados desde o local do acidente até a capital do estado para atender aos feridos", destacou SK Panda, porta-voz das autoridades do estado de Odisha.

Ele acrescentou que "75 ambulâncias" foram enviadas ao local e que também foram disponibilizados "muitos ônibus" para transportar os passageiros feridos.

No hospital de distrito de Bhadrak, as ambulâncias levavam os sobreviventes ensanguentados e abalados, que recebiam atendimento em salas lotadas.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou estar "consternado" com o acidente.

"Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias que perderam entes queridos. Que os feridos se recuperem rapidamente", disse Modi no Twitter.

O mandatário também afirmou ter conversado com o ministro dos Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, para "avaliar a situação".

Vaishnaw assegurou que estava se dirigindo ao local do acidente e que equipes de resgate, incluindo a Força Nacional de Resposta a Desastres e a Força Aérea, haviam sido mobilizadas.

"Empregaremos todas as mãos necessárias para a operação de resgate", tuitou Vaishnaw.

Apesar deste incidente, a segurança ferroviária havia melhorado significativamente no país nos últimos anos devido a investimentos massivos e atualizações tecnológicas.

O acidente ferroviário mais mortal do país ocorreu em 6 de junho de 1981, no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte em um rio, resultando em entre 800 e 1.000 mortes.

Mais recentemente, em 20 de novembro de 2016, um trem com 2.000 passageiros descarrilou no estado de Uttar Pradesh (norte) enquanto a maioria dos passageiros dormia, causando 146 mortes e 180 feridos.

Neste século, a Índia teve 13 acidentes ferroviários com mais de 50 vítimas, três deles resultantes de atentados.


FONTE: Estado de Minas


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