Mercosul e UE querem ‘levar seu tempo’ para concluir acordo comercial, diz ministro francês

05 jun 2023
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O ministro francês encarregado do Comércio Exterior, Olivier Becht, afirmou nesta segunda-feira (5) que a União Europeia e o Mercosul querem "levar seu tempo" para ratificar um acordo comercial em termos convenientes para "todas as partes", durante entrevista à AFP ao iniciar uma visita ao Brasil.

A UE e o bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai fecharam um acordo comercial em 2019, após mais de 20 anos de negociações complexas. Porém, ele não foi ratificado ainda por, entre outros motivos, questionamentos de produtores europeus e a preocupação na Europa com a política ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

"Tenho a impressão de que há, tanto da parte da UE quanto dos países do Mercosul, a ideia de levar o tempo necessário para encontrar algo que seja favorável a todas as partes", disse Becht à AFP em uma entrevista por telefone em seu primeiro dia de visita oficial ao país.

Becht destacou "as exigências da França em relação à integração do Acordo de Paris como cláusula essencial, sobre as regras do desmatamento, o respeito às cláusulas espelhadas das normas sanitárias e ambientais francesas".

O francês se encontrou com vários ministros, incluindo o titular da pasta de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na terça-feira, viajará para São Paulo, onde visitará as instalações das empresas francesas Thales e Airbus Helicopters.

Na sexta-feira, uma fonte da diplomacia francesa indicou em uma conferência telefônica com jornalistas que a ratificação do acordo ainda parecia estar em um horizonte distante.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou há alguns dias que a conclusão do acordo poderia demorar um pouco mais. E o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a classificar as normas europeias como extremamente rígidas.

Becht ressaltou que a França "sempre teve relações fortes com o Brasil no plano econômico, mesmo durante o período de Bolsonaro", quando os laços diplomáticos esfriaram.

"Hoje vivemos uma continuidade, mas uma continuidade que ocorre em um clima político pacífico", acrescentou.

Sua viagem pela América do Sul continua no Chile, entre quinta e sexta-feira.


FONTE: Estado de Minas


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