Valadão nega, mas publicações ligam pastor suspeito de estupros à Lagoinha
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O líder da Igreja Batista da Lagoinha, André Valadão, negou que Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, preso pela Polícia Civil em Guarulhos, suspeito de ter abusado sexualmente de crianças e adolescentes que frequentam o templo, seja pastor na Lagoinha. Porém, publicações nas redes sociais de Joilson mostram o contrário.
Em agosto de 2022, por exemplo, o pastor comemorou um ano e quatro meses na superintendência de GC’s – também chamados de Grupos de Crescimento, onde fiéis se unem em reuniões domésticas com o propósito de fortalecer a fé, "ajudando cada pessoa no seu relacionamento íntimo e crescente com Deus", diz a igreja em seu site oficial.
"Cada testemunho poderoso que os olhos enchem de lágrimas em ver Jesus agindo nas vidas, curando, libertando, salvando", escreveu Joilson à época se referindo aos frutos do encontro. Para além do tom de comemoração na ocasião, vale dizer que a maior parte das publicações de Joilson em seu perfil no Instagram tem caráter religioso, com fotos que mostram uma vida atuante em pregações.
Apesar disso, em vídeo publicado em seu perfil oficial no Instagram, Valadão afirmou que Joilson não é reconhecido como pastor na Lagoinha. Segundo o religioso, ele apenas frequentava o templo.
"Soubemos do caso no início desta semana e excluímos o casal da igreja. Estamos juntos com a polícia. (...). [Ele] não trabalha na igreja. Os casos de abuso aconteceram na casa dele e não dentro da igreja. (...). Ele era envolvido na vida comum da igreja, mas não é líder, pastor ou funcionário", declarou.
Prisão
O pastor evangélico identificado como Joilson da Silva de Freitas Santos foi preso nessa quarta-feira (7/6) pela Polícia Civil dentro de seu apartamento, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Veja o vídeo:
Segundo a polícia, um jovem de 16 anos denunciou a violência sexual em 1º de junho na portaria do prédio onde reside Joilson. A partir daí, um boletim de ocorrência foi registrado. Outras duas vítimas, de 17 e 13 anos, foram descobertas posteriormente, o que levou o delegado responsável pelo 5º DP de Guarulhos, Fulvio Mecca, a requerer a prisão do pastor.
A investigação aponta que o religioso comandava uma espécie de grupo de estudos sobre sexualidade. Nesse sentido, o pastor obrigava as vítimas a pesquisarem vídeos e fotos pornográficos na internet e as chantageava, chegando a manter relações sexuais com elas.
A polícia investiga uma possível conivência da esposa de Joilson, já que os crimes supostamente aconteceram no apartamento do casal. Durante o cumprimento do mandado de prisão, policiais civis apreenderam memórias de computador, celulares, um tablet, um notebook e o colchão onde os estupros teriam sido consumados.
A declaração polêmica mais recente de Valadão
Recentemente, o pastor André Valadão se envolveu em uma polêmica. Durante um culto no domingo (4/6), na Igreja Lagoinha, em Orlando, nos EUA, ele condenou a palavra "orgulho" em referência à comunidade LGBTQIAP+. No palco, o líder religioso falou sobre o movimento durante 50 minutos e, atrás dele, a plateia podia ler a frase "Deus odeia o orgulho".
Nesse sentido, Valadão pregou que o mês de junho é o "mês que Deus mais repugna na humanidade". Segundo o pastor, caso necessário, ele e a igreja irão meditar sobre a bíblia "todo mês de junho até Jesus voltar". O objetivo seria combater "a cultura LGBTQIA+", que está "influenciando a vida do crente em Jesus".
FONTE: Estado de Minas