Ataque contra cidade natal do presidente ucraniano deixa 11 mortos
Ao menos 11 pessoas morreram na madrugada desta terça-feira (13) em um ataque russo contra Kryvyi Rih, cidade natal do presidente Volodimir Zelensky, na região central da Ucrânia, onde um míssil destruiu um prédio residencial.
A Ucrânia também relatou ataques noturnos em Kharkiv (nordeste) e Kiev, que receberá nas próximas horas a visita do diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi.
A Rússia reivindicou nesta terça-feira a captura de vários tanques alemães Leopard e veículos de combate de infantaria americanos Bradley. As autoridades do país divulgaram imagens de soldados russos inspecionando os aparelhos fornecidos à Ucrânia por países ocidentais.
Em Kryvyi Rih, localidade da região de Dnipropetrovsk (centro-leste), um "ataque em larga escala com mísseis" atingiu vários pontos da cidade, em particular um edifício residencial, afirmaram as autoridades locais.
O governador regional Serguii Lyssak anunciou um balanço atualizado de 11 vítimas fatais no bombardeio.
A administração regional divulgou uma foto do prédio atingido, que sofreu um incêndio.
Além do edifício residencial, o governo de Dnipropetrovsk identificou mais duas áreas "civis" afetadas pelas explosões.
Depois dos bombardeios, Zelensky afirmou que as forças russas estão em uma "guerra contra "edifícios residenciais, cidades comuns e as pessoas".
"Não vamos esquecer os terroristas, eles serão responsabilizados por cada míssil que lançaram", destacou em um comunicado publicado nas redes sociais.
Em Kiev, a administração militar relatou ataques noturnos com mísseis de cruzeiro, mas destacou que "todos os alvos inimigos no espaço aéreo ao redor de Kiev foram detectados e destruídos com sucesso".
O prefeito de Kharkiv (nordeste), Igor Terekhov, anunciou um ataque de drones "contra infraestruturas civis", que atingiram um hangar e as instalações de uma empresa.
- Contraofensiva "difícil" -
Os ataques aconteceram pouco antes de Moscou anunciar que capturou vários tanques alemães Leopard e veículos Bradley americanos.
"Tanques Leopard e veículos de combate de infantaria Bradley. Estes são os nossos troféus. Equipamentos das Forças Armadas ucranianas na região de Zaporizhzhia", afirmou o ministério russo da Defesa em um comunicado.
Kiev pediu aos aliados ocidentais o envio de uma ampla gama de equipamentos militares modernos para ajudar as forças ucranianas a reconquistar grandes faixas de seu território que foram tomadas pelas tropas russas.
Na segunda-feira à noite, o presidente Zelensky afirmou que a contraofensiva ucraniana é "difícil, mas avança".
Pouco antes, o governo ucraniano anunciou a retomada de sete localidades nas regiões sul e leste do país.
O porta-voz militar Andriy Kovalyov afirmou que a área reconquistada no leste e no sul da Ucrânia supera 100 quilômetros quadrados.
Além disso, o ministério da Defesa afirmou que as forças ucranianas avançaram de 250 a 700 metros na região leste de Bakhmut, na direção da cidade de mesmo nome, que é cenário de uma das batalhas mais violentas desde o início da guerra.
- Visita do diretor da AIEA -
Os planos de Kiev de reconquistar territórios foram complicados pela destruição da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, que provocou grandes inundações, em áreas controladas tanto pelos ucranianos como pelos russos.
De acordo com os balanços atualizados, as inundações provocaram as mortes de 17 pessoas na região sob controle russo e de 10 na área controlada pela Ucrânia.
De acordo com analistas militares, a Ucrânia ainda não mobilizou a maior parte de suas forças na contraofensiva e está testando a frente de batalha com múltiplos ataques para determinar os pontos mais fracos
A AIEA confirmou na segunda-feira que seu diretor, Rafael Grossi, visitará nesta terça-feira a Ucrânia para inspecionar a central nuclear de Zaporizhzhia e analisar o impacto da destruição da barragem de Kakhovka no rio Dnieper.
Depois de passar pela capital ucraniana, Grossi se dirigirá para a central ZNPP, ocupada pelos russos, "para avaliar a situação e organizar um novo rodízio de especialistas".
Desde o início da invasão, o diretor da AIEA vem advertindo para o risco de um acidente nuclear nesta usina do sudeste da Ucrânia, a maior da Europa.
A destruição da represa de Kakhovka não provocou nenhum efeito até o momento na área de resfriamento da usina.
FONTE: Estado de Minas