Argentina pede prisão de quatro libaneses por atentado a centro judaico em 1994

15 jun 2023
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A Justiça argentina solicitou, nesta quinta-feira (15), um pedido de prisão internacional de quatro libaneses suspeitos de terem colaborado na preparação do atentando ao centro judaico Amia de Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos, informou à AFP uma fonte judicial.

O juiz federal Daniel Rafecas atendeu o pedido da Promotoria que investiga o ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) para solicitar as capturas, enquanto se mantêm os pedidos de prisão de oito iranianos.

Segundo o documento ao qual a AFP teve acesso, entre os apontados está Hussein Mounir Mouzannar, com identidade paraguaia e que "poderia estar morando atualmente na República do Paraguai (Ciudad del Este ou nas suas imediações) ou na cidade ou nos arredores de Foz do Iguaçu", na região conhecida como 'tríplice fronteira'.

Na ordem, figuram também Ali Hussein Abdallah, naturalizado brasileiro e com passaporte paraguaio; Abdallah Salman-alias 'El Reda'-, que se acredita residir em Beirute e Farouk Abdul Hay Omairi, naturalizado brasileiro e com último domicílio em Foz de Iguaçu, segundo os dados do processo.

O pedido de captura dirigido a Interpol cita em relação aos procurados que está "suficientemente provado seu pertencimento cooperação com o grupo criminoso denominado "braço armado" do Hezbollah", de acordo com o escrito do juiz.

O atentado a bomba à Amia, o pior da história argentina, matou 85 pessoas, e deixou aproximadamente 300 feridos. Foi atribuído pela justiça argentina a altos funcionários iranianos, liderados pelo então presidente Ali Rafsanjani, e o movimento libanês Hezbollah; hipótese sustentada pela direção judaica argentina e por Israel.

Um dos mencionados nesta quinta-feira também tem pedido de prisão expedido pelo atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, que deixou 29 mortos e 200 feridos. Os dois atentados permanecem impunes.

Por outro lado, a Justiça mantém, desde 2006, o pedido de prisão de oito iranianos.

A investigação sustenta que os principais suspeitos do ataque integravam o governo iraniano da época, entre eles o ex-presidente ALi Rafsanjani.

A investigação judicial do caso ficou envolvida em denúncias por desvio de pistas, condenações por acobertamento e processos anulados.

Um julgamento sobre o atentado à Amia foi finalizado em 2019 com penas levas para funcionários judiciais e para o governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), declarados culpados de "acobertamento" do ataque, mas sem determinar a razão da ocultação de provas nem o desvio das investigações.

Com aproximadamente 300.000 pessoas, a comunidade judaica da Argentina é a maior da América Latina.


FONTE: Estado de Minas


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