Objetos achados na casa onde escrivã foi encontrada morta são investigados; celular também é periciado

16 jun 2023
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Polícia Civil não divulgou que objetos seriam esses, mas eles teriam relação com a investigação. Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta no último dia 9 em Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. Caso foi registrado como suicídio. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil

Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que encontrou, na casa onde a escrivã Rafaela Drumond foi localizada morta, em Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, "objetos que guardam relação com a investigação", como o celular da servidora. O caso foi registrado como suicídio.

"Esses objetos estão sendo devidamente periciados", disse o porta-voz da PCMG, delegado Saulo Castro, em vídeo publicado nas redes sociais da instituição, sem detalhar quais outros itens foram arrecadados.

No mesmo vídeo, o delegado destacou que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e que a Corregedoria abriu um "procedimento investigativo para apurar eventuais transgressões disciplinares que envolvam servidores da instituição".

"As investigações são isentas, imparciais e absolutamente profissionais. [...] Seguimos comprometidos com a apuração rigorosa dos fatos e com o acolhimento humanizado dos familiares, amigos e servidores nesse momento de profunda dor para toda a Polícia Civil de Minas Gerais'", afirmou o delegado.

Um vídeo que será periciado pela PC mostra a escrivã sendo xingada dentro de uma delegacia em Carandaí, também no Campo das Vertentes (veja abaixo).

Vídeo que mostra escrivã sendo xingada em delegacia vai ser periciado, diz polícia

No vídeo, Rafaela Drumond fala com um homem. A jovem gravou a imagem do chão, captando apenas o áudio da conversa. Em determinado momento, ele chega a chamar a servidora de "piranha". Veja trecho da transcrição do vídeo abaixo:

Homem não identificado: [Inaudível] Grava e leva no Ministério Público, na Corregedoria, na puta que pariu, nos diabos, leva pra quem você quiser.

Rafaela Drumond: Eu não sei porque você ficou tão estressado, eu não falei nada de mais contigo.

Homem não identificado: Ah, não, pronto [inaudível]. Você nunca fala nada de mais!

Rafaela Drumond: Mas eu não vou esquecer do que você me chamou não, tá, querido?!

Homem não identificado: Ah, de tudo que eu falei, ela tá preocupada com 'piranha' [risada]. É muita cabecinha fraca. É muita cabecinha fraca.

Na segunda-feira (12), o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) informou que, uma semana antes de morrer, Rafaela procurou o jurídico do sindicato, mas que o conteúdo da conversa não seria divulgado.

Porém, em nota emitida na tarde da quarta-feira (14), a entidade afirmou que a escrivã procurou o Sindep para uma consulta sobre os limites de carga horária de trabalho e não teria denunciado os assédios que estaria sofrendo.

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Como Rafaela foi encontrada

Conforme informações do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da Polícia Militar (PM), o caso foi registrado como suicídio depois que o corpo de Rafaela Drumond foi encontrado pelos pais dela, no quarto da casa da família, na noite de 9 de junho.

A escrivã era lotada na delegacia da cidade de Carandaí.

Segundo o pai, Aldair Divino, a família tinha percebido o comportamento diferente da jovem nos últimos meses. No entanto, eles acharam que a mudança de humor era pelo excesso de horas de estudos para um concurso para o cargo de delegado.

“Há três meses minha filha não estava no estado normal”, disse.

A família contou que a jovem nunca compartilhou os episódios de assédio pelos quais passava e que só soube do caso após a morte dela.

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FONTE: G1 Globo

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