‘Me senti um lixo’; diz empregada doméstica chamada de ‘macaca’ por filho de patroa em MG
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Caso foi registrado nesta semana como injúria racial. Após agressões, a vítima de 54 anos pediu demissão do trabalho. Polícia Civil apura caso de doméstica chamada de 'macaca' em Monsenhor Paulo
"A gente se sente a pior pessoa do mundo, porque eu trabalho como doméstica desde os meus oito anos; nunca, nunca ninguém me desrespeitou. Ele é o primeiro que me desrespeita. Me senti um lixo, como ele mesmo fala, né?". É assim que se sentiu a empregada doméstica de 54 anos que foi vítima de injúria racial em Monsenhor Paulo (MG). A mulher teria sido chamada de “macaca” e outras ofensas pelo filho dos empregadores. O caso foi registrado nesta semana como injúria racial. A mulher, que não quis ser identificada, relembrou as ofensas. “Ele chegou muito alterado dentro de casa, pediu pra mãe dele o número de telefone da contadora. A mãe dele disse que não tinha, ele foi até a contadora e, na hora que ele voltou, ele já falou que tinha conversado com a contadora, e que era pra mandar o ‘lixo’ embora”. “E começou a xingar de vários palavrões, eu não posso nem citar. E chamando de ‘macaca’. A mãe dele disse pra ele parar, porque se não eu ia denunciá-lo. Ele falou que eu poderia denunciar e chegou perto da onde eu tava lavando o banheiro, e falava: ‘então a macaca vai me denunciar? A nega fedida vai me denunciar?’”. Polícia Militar em Monsenhor Paulo (MG) Reprodução/EPTV Diante das agressões sofridas, a mulher pediu demissão do trabalho e registrou a ocorrência na sede da Polícia Militar da cidade. A vítima prestou depoimento e a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. O suspeito e as testemunhas devem ser ouvidos na próxima semana. “A injúria racial é de 2 a 5 pela nova lei, a alteração da lei que houve em janeiro deste ano. [...] Esses casos sempre ocorrem e na maioria das vezes, a vítima, por constrangimento, por medo de perder emprego, vergonha, não denuncia. Não só a injúria racial, mas violência doméstica, abuso sexual. A Polícia Civil precisa receber a notícia crime para poder investigar e punir quem tem que punir”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Marcelo Bangoim Fernandes. Delegado Marcelo Bangoim Fernandes fala sobre caso de injúria em Monsenhor Paulo Reprodução EPTV "Tem que denunciar sim, não pode deixar isso acontecer, porque quanto mais a gente vai se calando, eles vão achando que tem poder”, afirmou a vítima. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo