Frio e fogo abrem o inverno em Minas Gerais
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O inverno começou oficialmente ontem às 11h57 e se estende até 23 de setembro. A estação marcada pelas baixas temperaturas também afeta a umidade relativa do ar e a duração dos dias e das noites, que costumam ficar mais longas em razão da posição da Terra ao redor do Sol. Em Belo Horizonte, a previsão para o restante da semana é de termômetros repetindo a margem de ontem, com mínima de 11°C e máxima de 26°C. No primeiro dia do inverno, a capital registrou a presença de um inimigo que historicamente ganha força na estação: a queimada. Fogo em área de vegetação no Bairro Buritis, na Região Oeste da cidade, exigiu esforços do Corpo de Bombeiros para apagar as chamas.
Na noite de ontem, a cidade de Caldas, na Região Sul do estado, foi a segunda no ranking brasileiro de municípios com menores temperaturas, com termômetros marcando 2°C. Outras duas cidades mineiras, na mesma região, estão entre as 20 mais frias. Monte Verde, distrito de Camanducaia, registrou 2,6°C, e Maria da Fé, 3,5°C. Liderando a lista está Serafina Corrêa, no Rio Grande Do Sul, com 1°C.
Com a chegada do inverno, as massas de ar frio provocam um declínio de temperatura. No entanto, para os próximos dias é esperado que os termômetros apresentem elevação gradual, de cerca de 1°C por dia, até o fim da semana, o que reduz a sensação de frio durante a manhã. Mesmo assim, nas primeiras horas do dia, as condições meteorológicas são favoráveis para formação de geada em pontos isolados da região serrana do Sul do estado
Também já prevista para esta época do ano, a baixa umidade do ar vai ser crítica em cidades do Noroeste e Triângulo Mineiro. Na tarde de hoje, a projeção é que o índice fique abaixo de 30%. Claudemir de Azevedo, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Minas Gerais, explica que o fenômeno é inversamente proporcional à temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura, menor será a umidade e vice-versa. E que, a atuação de massas de ar seco começam a ser mais frequentes em todo o país. Mesmo não sendo uma época de chuvas, há previsão de precipitações isoladas no Vale do Mucuri, Rio Doce e Jequitinhonha.
CUIDADOS COM A SAÚDE As temperaturas baixas e a queda da umidade do ar são alguns dos fatores responsáveis pelo aumento de casos de doenças respiratórias no inverno. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informou que as unidades de atendimento da capital já apresentam uma procura maior. Em abril, foram 43.393 atendimentos por sintomas gripais, somando os registros nos centros de saúde e unidades de pronto atendimento (UPAs), enquanto maio teve 62.207. Até o dia 12 deste mês, BH teve 12.158 registros relacionados a quadros clínicos caracterizados por febre, tosse ou desconforto respiratório, referentes a residentes e não residentes da capital.
De acordo com o alergista e imunologista Celso Taques Saldanha, o sistema respiratório é o mais prejudicado nesta época do ano, por conta das mudanças climáticas. "A combinação de temperaturas baixas e ar seco, comum, por exemplo, no Distrito Federal, facilita a entrada de vírus e bactérias no corpo humano. Os mais afetados são os idosos e crianças de até 5 anos.”
Com as baixas temperaturas, é crucial ter um cuidado especial para evitar acidentes e manter a saúde em dia. Por isso, a Defesa Civil aconselha atenção especial neste período para crianças, idosos e pessoas doentes, manter-se agasalhado e hidratado, evitar manter os ambientes muito fechados, agasalhar os animais de estimação, e, se necessário, acionar os serviços de emergência.
QUEIMADAS Além dos já habituais desconfortos causados pela baixa umidade do ar, como ressecamento da pele e agravamento de problemas respiratórios, o tempo seco também aumenta a chance de episódios de incêndio em vegetação. Embora já possam existir episódios, Claudemir de Azevedo afirma que a maior intensidade das ocorrências de queimadas deve ser registrada a partir do fim de junho, sendo agravadas até setembro.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, durante o período de estiagem é preciso manter áreas de vegetação sempre limpas e capinadas, para evitar que os incêndios comecem. Além disso, a corporação pede também que a população não inicie queimadas com o objetivo de limpar as áreas. “A prática, além de criminosa, pode causar graves danos ao meio ambiente e ao patrimônio, além de trazer riscos à população”.
Ontem, um incêndio atingiu uma área de vegetação no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O combate às chamas durou cerca de uma hora e requisitou o trabalho de 22 profissionais, sendo 12 militares do Corpo de Bombeiros e 10 brigadistas voluntários da Cemig. Ainda não é possível saber o que provocou o fogo, mas moradores informaram que as primeiras fagulhas surgiram após uma pessoa soltar fogos de artifício na área. A suspeita ainda será investigada.
FONTE: Estado de Minas