Israel diz ter ‘falhado’ ao tentar impedir ataques contra palestinos

23 jun 2023
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O Exército israelense disse, nesta sexta-feira (23), que "falhou" em sua tentativa de impedir o ataque de centenas de colonos israelenses contra uma localidade palestina na Cisjordânia ocupada, matando um palestino e queimando casas e outras propriedades.

Centenas de israelenses invadiram a cidade de Turmus Ayya na noite de quarta-feira, um dia depois da morte de quatro civis israelenses em um ataque de dois palestinos. Esta última agressão foi uma resposta a uma mortal operação do Exército israelense na cidade de Jenin, de acordo com o movimento palestino Hamas.

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagar, disse que os soldados tentaram impedir que os colonos atacassem Turmus Ayya, mas o efetivo era insuficiente.

"Na primeira onda, não tínhamos forças suficientes no setor escolhido (pelos agressores)", afirmou ele a repórteres nesta sexta-feira. "Desta vez, falhamos", declarou Hagari.

Moradores de Turmus Ayya disseram à AFP que entre 200 e 300 israelenses invadiram a localidade, atacando moradores, casas e veículos.

Uma delegação de missões diplomáticas, incluindo as da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, visitou a cidade na sexta-feira para inspecionar os danos.

O representante da UE nos Territórios Palestinos, Sven Kuehn von Burgsdorff, criticou Israel por não respeitar suas obrigações de proteger os palestinos.

"Não houve nenhuma tentativa, ou esforço, de conter os colonos (israelenses)", disse ele.

A polícia israelense anunciou três detenções relacionadas com o caso nesta sexta-feira, sem dar detalhes.

Vários residentes de Turmus Ayya que têm dupla nacionalidade (americana) manifestaram sua indignação com Washington.

"Nos sentimos impotentes", afirmou Yaser al-Kam, de 33 anos, à AFP. "Falo em nome desta cidade pacífica onde 80% dos habitantes são cidadãos americanos. Esse passaporte vale alguma coisa?", questionou.

O palestino morto a tiros durante o ataque, Omar Jabara, de 25, tinha visto de residência americano, disse um funcionário desse país à AFP.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, lamentou hoje que "as últimas mortes (...) e a retórica incendiária servem apenas para mergulhar israelenses e palestinos ainda mais fundo no abismo".

O ministro israelense de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, considerou necessária uma "operação militar de grande envergadura" na Cisjordânia.

"Os terroristas devem ser eliminados, não um ou dois, mas dezenas, centenas, ou milhares, se necessário", declarou Ben-Gvir.


FONTE: Estado de Minas


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