Enviado do papa à Ucrânia se reuniu com comissária russa sob mandado de prisão do TPI
O enviado do papa para a paz na Ucrânia, o cardeal Matteo Zuppi, reuniu-se nesta quinta-feira (29) em Moscou com a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) pela suposta "deportação ilegal" de menores ucranianos.
"Conversamos sobre questões humanitárias ligadas às operações militares e à proteção dos direitos das crianças", escreveu a autoridade russa no Telegram, que incluiu em sua mensagem várias imagens com o cardeal italiano.
"Tenho certeza de que o amor cristão e a misericórdia ajudarão o diálogo e a compreensão recíproca", acrescentou.
Tanto ela quanto o presidente Vladimir Putin estão sob mandado de prisão do TPI desde março, que os considera suspeitos do "crime de guerra de deportação ilegal" de menores ucranianos durante a ofensiva russa no país vizinho.
Moscou rejeita essas acusações e disse que "salvou" essas crianças dos combates e implementou procedimentos para reuni-las com suas famílias.
O cardeal Zuppi, que chegou a Moscou na terça-feira, é membro da comunidade católica de Sant'Egidio, que serve como canal diplomático informal do Vaticano, e visitou Kiev de 5 a 6 de junho.
A visita não permitiu avançar na resolução do conflito, mas o presidente ucraniano Volodimir Zelensky estimou que "a Santa Sé pode fornecer uma contribuição efetiva" para a libertação dos prisioneiros de guerra ucranianos e o retorno das crianças "deportadas" para o território russo, segundo Kiev.
A Ucrânia considera que pelo menos 20.000 menores foram levados ilegalmente para a Rússia.
Zuppi também planeja se reunir nesta quinta-feira com o patriarca Cirilo, líder da igreja ortodoxa russa e aliado de Putin.
FONTE: Estado de Minas