Julgamento de ex-presidente de Honduras em Nova York é adiado para 2024
O julgamento do ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández por tráfico de drogas, marcado para 18 de setembro, foi adiado para 5 de fevereiro, para que haja tempo de analisar o volumoso material apresentado por acusação e defesa.
A mudança de data foi decidida nesta quinta-feira (29) em uma audiência celebrada perante o juiz de instrução, Kevin Castel, no tribunal federal de Manhattan, na qual estiveram presentes o ex-presidente hondurenho, o ex-chefe de polícia Juan Carlos "El Tigre" Bonilla e Mauricio Hernández Pineda, policial e parente do ex-presidente. Os três estavam algemados.
Se o juiz não aceitar o pedido apresentado pela defesa de JOH, sigla pela qual é conhecido o ex-presidente hondurenho em seu país, no qual pede que seja julgado em separado, os três serão julgados ao mesmo tempo.
O advogado de JOH, Raymond Colón, havia pedido mais tempo para poder revisar o extenso material, especialmente de origem sigilosa, para preparar a defesa.
Uma nova audiência pré-julgamento final está marcada para 18 de janeiro.
Esta é a segunda vez que o julgamento é adiado, inicialmente marcado para 24 de abril, antes de ser adiado para 18 de setembro.
O ex-presidente hondurenho, extraditado para os Estados Unidos em abril de 2022, é acusado de receber "milhões de dólares" de cartéis de drogas, incluindo do narcotraficante mexicano Joaquín "Chapo" Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, e criar um "narco-Estado" durante sua presidência (2014-2022).
O réu, de 54 anos, se declarou inocente das acusações. Colón disse à AFP que teme que um dos dois corréus possa testemunhar contra o ex-presidente para obter uma redução da pena se colaborar com a Justiça americana.
Ele também considera que a acusação convoque seu irmão, o ex-deputado Juan Antonio "Tony" Hernández, que cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos por tráfico de cocaína, para testemunhar no julgamento contra o ex-presidente em troca da redução da pena.
Além de Tony Hernández, foram condenados à prisão nos EUA seu colaborador, Geovanny Fuentes; Fabio Lobo, filho do ex-presidente hondurenho Porfirio Lobo (2010-2014), condenado a 24 anos de prisão por tráfico de drogas, e o ex-deputado hondurenho Fredy Renán Nájera, condenado a 30 anos de prisão por narcotráfico e tráfico de armas.
FONTE: Estado de Minas