Alemanha fará investimento recorde para renovar seu Exército em 2024
Os gastos para renovar as Forças Armadas alemãs alcançarão um nível recorde em 2024. O investimento se tornou prioritário após a invasão russa da Ucrânia e corresponderá a 2% do PIB, a partir do ano que vem, conforme projeto de lei orçamentária divulgado nesta segunda-feira(3).
A Alemanha prevê reduzir sensivelmente os gastos e os novos empréstimos no próximo ano, optando por uma "normalização" da política orçamentária após a pandemia da covid-19 e a crise energética, indica o projeto.
O governo de Olaf Scholz concluiu com dificuldade o projeto que deve ser adotado pelo Conselho de Ministros na quarta-feira (5) e causou tensões entre os três partidos da coalizão governamental pela redução de gastos solicitada pelo ministro das Finanças, o liberal Christian Lindner.
A primeira economia da zona do euro, que entrou em recessão neste inverno, prevê para o próximo ano gastos de 445,7 bilhões de euros (2,32 trilhões de reais na cotação atual) frente a 476,3 bilhões previstos (2,48 trilhões de reais). No entanto, os gastos em 2024 superaram em 25% seu nível de 2019, indica o projeto.
A redução de novos empréstimos é mais drástica com 16,6 bilhões de euros (86,6 bilhões de reais) previstos para 2024 frente a 45,6 bilhões em 2023 (238 bilhões de reais).
Desta maneira, a Alemanha respeitará sua norma constitucional de "conter a dívida" que proíbe ao Estado se endividar em mais de 0,35% de seu PIB por ano. Após suspender esta regra por três anos para que o governo pudesse investir na mitigação do impacto da pandemia da covid-19, a restrição voltou a vigorar este ano.
Para alcançar o investimento militar equivalente a 2% do PIB, a Alemanha destinará 51,8 bilhões de euros de seu orçamento (frente a 50 bilhões em 2023), aos quais serão acrescentados 19,2 bilhões de euros (100 bilhões de reais) do "fundo especial para o Bundeswehr", dotado de 100 bilhões de euros (522 bilhões de reais). Foi anunciado pelo chanceler após a invasão da Ucrânia, e apenas uma pequena parte dele foi utilizada até agora.
FONTE: Estado de Minas