Césio 137 furtado em Minas: última inspeção foi em maio
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
O desaparecimento das cápsulas de Césio 137 em uma mineradora em Nazareno, em Minas Gerais, foi verificado no dia 23 de junho e, além de ser objeto de investigação por parte da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do governo federal, é alvo também da Polícia Civil. A data consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar sobre o caso, registrado em 30 de junho, a pedido da mineradora AMG, dona da área de onde o equipamento foi retirado. Na noite de 29 de junho, a mineradora também acionou a CNEN, comunicando o extravio das duas fontes seladas de Césio 137.
Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, numa inspeção feita em 22 de maio, um funcionário da mineradora verificou que o equipamento se encontrava no “local onde normalmente fica guardado”, em condição de segurança. Mas, em nova inspeção, um mês depois, foi constatada a retirada das duas cápsulas com o Césio 137, sendo iniciadas diligências internas pela empresa para a localização do material.
Em referência a uma das cápsulas do material radioativo, no documento da PM, consta ter sido “realizada uma busca física em toda área da empresa, que tem um total de 300 hectares e diversos prédios”, sem que o equipamento tenha sido localizado. No boletim de ocorrência também consta que “a segunda fonte estava instalada numa tubulação de muito difícil acesso”. Mesmo assim, o aparelho foi retirado do local.
CIDADE PACATA
Nazareno é uma cidade pacata de 8.179 mil habitantes, distante 51 quilômetros da histórica São João Del Rei e 113km de Barbacena, principal município da Região do Campo das Vertentes. No fim da tarde de ontem, apesar do sumiço das duas cápsulas Césio 137 ter ganhado destaque na mídia nacional, com ênfase aos riscos de contaminação, Nazareno continuava sua vida tranquila, como revelou a dona de uma pousada na cidade, ouvida pelo Estado de Minas.
“Não estou nem sabendo disso”, afirmou a comerciante, lembrando que a unidade de exploração mineral da AMG (onde teria ocorrido o extravio do material radioativo) fica a cerca de 20 quilômetros da área urbana da cidade, no sentido São Tiago.
Uma outra moradora, que atua na área de informática, diz ter tomado conhecimento do sumiço do material radioativo, mas que pouco se inteirou sobre o caso, apesar de o assunto dominar as conversas na cidade. “Trabalhei o dia inteiro e quase não assisto à televisão”, disse.
A mineradora AMG afirma que as fontes podem ser identificadas por seu formato e aparência. "Elas são revestidas de aço inoxidável e possuem uma blindagem interna de chumbo e uma externa de aço inoxidável, resistente a impactos", explica. "Elas possuem uma atividade 275 mil vezes menor do que a de alguns aparelhos de radioterapia. No entanto, a AMG alerta que o manuseio inadequado por pessoas não autorizadas pode acarretar algum risco à saúde", diz a empresa.
FONTE: Estado de Minas