Zelensky viaja a Praga e Unesco condena bombardeio russo em Lviv

06 jul 2023
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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, viajou à República Tcheca na noite desta quinta-feira (6), após passar pela Bulgária, onde falou sobre a adesão de seu país à Otan e defendeu mais rapidez no fornecimento de armas a Kiev, após um bombardeio russo contra Lviv, que foi condenado pela Unesco.

Também nesta quinta, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, assegurou que o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que recentemente se rebelou contra o alto comando militar do presidente Vladimir Putin, estava na Rússia.

"Quanto a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está esta manhã? Ele pode ter partido para Moscou ou outro lugar, mas não está em território bielorrusso", disse Lukashenko em uma coletiva de imprensa com veículos estrangeiros em Minsk.

Em pleno momento de contraofensiva da Ucrânia contra a Rússia, o presidente ucraniano se reuniu em Praga com seu colega tcheco, Petr Pavel, antes de uma importante cúpula da Otan em Vilnius, Lituânia, prevista para os dias 11 e 12 de julho.

"Exigimos honestidade em nossas relações" com a Otan, disse Zelensky à imprensa, ao lado do tcheco. É hora de demonstrar "a coragem e a força dessa aliança", acrescentou.

O Exército ucraniano está investindo contra poderosas linhas de defesa russas. Zelensky pede aos ocidentais mais rapidez no fornecimento de armas, especialmente aviões de combate americanos F-16 e munições de artilharia.

Durante visita a Sófia nesta quinta, o presidente ucraniano declarou que foi à capital búlgara para tentar limitar "a falta de armas", enquanto o tempo fica mais curto.

Zelensky reiterou que a lentidão no fornecimento de armas retardou a contraofensiva da Ucrânia, o que facilitou o fortalecimento das defesas da Rússia nas regiões ocupadas, especialmente com minas.

"A motivação de nossos parceiros deve continuar intacta", insistiu. Caso contrário, "perderemos a iniciativa no campo de batalha".

Zelensky também vai viajar para Istambul na sexta-feira para se encontrar com o chefe de Estado turco Recep Tayyip Erdogan, no momento em que a Rússia ameaça deixar o acordo sobre as exportações de grãos ucranianos apoiado pela Turquia.

- 'Prigozhin está livre' -

"Tenho certeza de que ele está livre", disse Lukashenko nesta quinta, afirmando que tinha conversado ontem com Prigozhin por telefone, que lhe garantiu que continuaria "trabalhando para a Rússia".

O presidente bielorrusso mediou o acordo que pôs fim à rebelião de Prigozhin nos dias de 23 e 24 de junho. No dia 27, Lukashenko informou que o líder do Grupo Wagner havia chegado a Belarus.

já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ao ser questionado sobre o paradeiro de Prigozhin, respondeu: "Não estamos acompanhando os seus movimentos."

Putin, que tachou Prigozhin de "traidor", deu aos combatentes do Grupo Wagner a opção de ingressar no exército regular, ir para Belarus ou voltar para a vida civil.

Mas, segundo Lukashenko, os combatentes do Grupo Wagner também estão "em seus destacamentos permanentes" na Ucrânia e não em Belarus, "por ora".

O presidente bielorrusso também garantiu que a questão da "transferência" do Grupo Wagner para Belarus "não está resolvida", e acrescentou que está convencido de que o grupo paramilitar russo não vai se rebelar nem usar suas armas contra o seu governo.

Após o motim de 24 horas que abalou o Kremlin, Prigozhin disse que não queria tomar o poder, mas proteger o Grupo Wagner do risco de ser desmantelado pelo Estado-Maior russo, a cujos responsáveis ele acusa de incompetência no conflito da Ucrânia.

- Mísseis em Lviv -

Na Ucrânia, a cidade de Lviv (oeste) foi alvo de uma série de mísseis russos durante a noite, que causaram danos em mais de 30 edifícios, segundo as autoridades locais.

"Este é o ataque más destrutivo contra a população civil do oblast [província] de Lviv desde o início da guerra", assinalou o chefe da administração militar da província, Maksym Kozytsky, no Telegram.

Pelo menos cinco pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas, segundo o Ministério do Interior.

"Acordei com a primeira explosão, mas não tivemos tempo de sair do apartamento. Houve uma segunda explosão e o teto começou a cair", disse à AFP Olya, uma moradora da cidade.

"Minha mãe morreu, meus vizinhos morreram. Neste momento, parece que sou a única sobrevivente do quarto andar", acrescentou.

Por outro lado, o Exército russo garantiu que seus ataques foram contra lugares de "destacamento temporário" de soldados ucranianos. "Todas as instalações designadas foram atingidas", disse o Ministério da Defesa russo.

A Unesco condenou hoje o bombardeio russo contra um edifício histórico em Lviv, e ofereceu suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas.

"Este ataque, o primeiro que afeta uma área protegida pela Convenção sobre o Patrimônio Mundial desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, constitui uma violação" deste acordo, afirmou esta agência especializada da ONU com sede em Paris.

O ataque russo também viola "a Convenção de Haia de 1954 para a proteção de bens culturais em caso de conflito armado".


FONTE: Estado de Minas


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