Tradição de 91 anos, festa para São João Batista em Ingaí teve fogueira de 40 metros

10 jul 2023
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Cerca de 20 mil pessoas participaram das comemorações juninas, que celebram a fé da população do município em um dos padroeiros Praça em que a fogueira é montada foi tombada pelo patrimônio histórico local

Crédito: Janelson Silva Júnior

Não é todo dia que a gente ouve falar de uma cidade com dois padroeiros e uma fogueira gigante. Mas tem um período do ano em que essa história é contada durante vários dias seguidos. Ingaí, no Sul de Minas, tem, na fé da sua população, a principal motivação para comemorar São João Batista. De 22 a 26 de junho, a festa dedicada ao santo reuniu 20 mil pessoas, que participaram de missas, e curtiram música boa, dança, brincadeiras, além de comes e bebes com sabor caipira, típicos dessa época do ano.

Essa tradição começou em 1931, quando, durante uma tempestade, uma descarga elétrica destruiu a igrejinha do povoado, que, até então, não se chamava Ingaí, mas Pinheirinho. Era uma época de um padroeiro único, São Sebastião. Da pequena capela de madeira, restou apenas uma tábua, justamente a que tinha a imagem dele.

Em agradecimento por ninguém ter se ferido e pedindo proteção contra novas intempéries, a população recorreu a outro santo: São João Batista. Ficou decidido que, nas noites de passagem para o dia 24 de junho, uma fogueira seria acesa em homenagem àquele que batizou Cristo. A primeira foi montada no ano seguinte, 1932.

Por causa da tradição, São João Batista foi oficializado como padroeiro de Ingaí, junto com São Sebastião

Crédito: Janelson Silva Júnior

40 metros

Agora em 2023, os festejos chegaram à 91ª edição. Eles cresceram junto com a fogueira, que passou, em 1997, a ser construída em tamanho gigante. Foi recebendo novas camadas até bater a marca dos 40 metros – só houve redução de tamanho em 2020 e 2021, por causa da necessidade de distanciamento social imposta pela pandemia de Covid-19.

O prefeito, Giulliano Pinto, explica que a fogueira demora cerca de três meses para ser erguida, um processo que conta com a colaboração de profissionais de engenharia civil e mecânica, para garantir a segurança. Um terreno do município com plantação de eucalipto dá suporte à estrutura. Doações de fazendeiros do entorno também são bem-vindas.

Por causa da tradição, Ingaí já havia ganhado, em 2002, uma praça dedicada à queima da fogueira – que começa de cima para baixo após um show pirotécnico, formando uma cascata luminosa. Todo o conjunto arquitetônico do local, composto pela própria fogueira e por uma imagem de São João Batista, é tombado pelo patrimônio histórico local. São João também foi oficializado, em 2011, como padroeiro e passou a dividir as atenções com São Sebastião. Ou melhor, somar. Em 28 de junho daquele ano, a paróquia mudaria de nome, para “São Sebastião e São João Batista do Ingaí”.

Para reforçar o espetáculo da fogueira, moradores da cidade, da região e de outros estados depositam gravetos entre as toras de madeira. E, após a queima, a brasa que sobra é levada. Segundo os ditos populares, ajuda a proteger lavouras e casas de novas tempestades.

Nos próximos anos, a fogueira não deverá crescer mais. Também por questões de segurança, a prefeitura decidiu limitar a altura ao patamar atual. Mas só a fogueira. Porque a fé do povo, em toda festa de São João Batista, vai tão alto que chega a riscar o céu.

Fogueira é acesa de cima para baixo após show pirotécnico

Crédito: Janelson Silva Júnior

SERVIÇO:

Prefeitura de Ingaí

Endereço: Praça Gabriel Andrade Junqueira, nº 30

Telefone: (35) 3824-1144

Horário de funcionamento: 11h às 17h

Site: www.ingai.mg.gov.br


FONTE: G1 Globo


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