Investigação de morte de escrivã em MG completa um mês sem conclusões; veja o que se sabe
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Rafaela Drumond foi encontrada morta em casa, no interior do estado, depois de denunciar assédio dentro da delegacia. A Polícia Civil disse que o inquérito está em andamento na Corregedoria-Geral, em Belo Horizonte. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena
Reprodução/Redes Sociais A investigação da morte da escrivã Rafaela Drumond completou um mês no último final de semana e ainda há muitas perguntas sem respostas. Ela foi encontrada morta em Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. A Polícia Civil de Minas Gerais apura se houve indução ao suicídio. Rafaela denunciou episódios de assédio moral e sexual em áudios e vídeos. Eles foram enviados a amigos e relatados a superiores. Os materiais estão sob posse da Polícia Civil. Vídeo em que escrivã de Carandaí denunciou assédio sexual e moral Veja abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso O que aconteceu Por que a polícia investiga o caso O que as investigações apontaram até agora Quem são os investigados? O que diz a família? 1. O que aconteceu? Rafaela Drumond foi encontrada morta pelos pais na noite de 9 de junho, em um distrito na cidade de Antônio Carlos, na Zona da Mata. O caso foi registrado como suicídio. 2. Por que a polícia investiga o caso? A morte passou a ser investigada depois que a corregedoria informou que a jovem havia denunciado assédio moral e sexual na delegacia em que trabalhava, na cidade de Carandaí. A partir disso, a polícia começou a investigar a possibilidade de indução ao suicídio. 3. O que as investigações apontaram até agora? Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última semana, a chefe da Polícia Civil, delegada Letícia Gamboge, informou que a maior parte das testemunhas já foi ouvida. "Tivemos já quase a totalidade das diligências realizadas, e há o aguardo da elaboração de um laudo pericial de extração de dados do telefone celular da Rafaela", contou. Inicialmente, as investigações eram conduzidas pela polícia em Barbacena, enquanto a Corregedoria apurava somente eventuais transgressões disciplinares de servidores da instituição no caso. No dia 22 de junho, a Corregedoria-Geral assumiu, de forma exclusiva, o inquérito "devido à complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte". 4. Quem são os investigados? A Polícia Civil não informou quem são os investigados. A família de Rafaela, entretanto, após ter conhecimento dos áudios e vídeos deixados por ela, atribuem os assédios ao delegado Itamar Cláudio Netto e ao investigador Celso Trindade de Andrade. Nos materiais deixados, entretanto, a escrivã não citou o nome deles. Em um dos áudios, ela disse ter dado conhecimento dos assédios ao delegado, que teria a desencorajado a denunciar. Itamar era o único lotado na delegacia de Carandaí. O delegado e o investigador foram transferidos no dia 23 de junho para Conselheiro Lafaiete. Em 29 de junho, eles prestaram depoimento sobre o caso. 5. O que diz a família? A família quer que o Ministério Público assuma de forma definitiva as investigações. Atualmente, há um procedimento administrativo do órgão para acompanhar o inquérito. Os familiares de Rafaela temem parcialidade nas investigações por parte da própria Polícia Civil. O corregedor-geral da Polícia Civil, Reinaldo Felício Lima, disse que o procedimento está sendo feito de maneira "isenta". "Se no curso das investigações restar vislumbrada qualquer conduta transgressora, os servidores serão investigados, com direito a contraditório e ampla defesa. E, ao término, será proposta determinada sanção a essas pessoas", disse. A família denunciou, ainda, a postura da polícia logo após a morte de Rafaela. "Escrivão ligando para mim, falando que delegado estava tentando falar comigo. Não era momento para aquilo. Depois, esperando chegar no IML, foi pressão de vários detetives, policiais. Será que isso é normal?", questionou Aldair Drumond, pai de Rafaela. "Um delegado fez pressão para ver se eu sabia de alguma coisa, dos fatos que ela estava convivendo. [...] Se ele fez essa pressão sobre mim, com minha filha chegando do IML, imagina o que ela não viveu nos últimos meses de vida?", complementou o pai. A polícia disse que detalhes das investigações só serão divulgados após a conclusão do inquérito. Veja os vídeos mais assistidos do g1 MGFONTE: G1 Globo