Republicanos acusam diretor do FBI de perseguir conservadores
O diretor do FBI, Christopher Wray, negou nesta quarta-feira (12) que a polícia federal tenha tendência a agir contra conservadores e a favor da família do presidente Joe Biden, como afirmaram os republicanos durante uma sessão no Congresso.
"Você está protegendo os Biden?", questionou o congressista republicano Matt Gaetz, que afirmou que o público deixou de confiar na agência.
"Claro que não", respondeu Wray, que ao longo de aproximadamente cinco horas de sessão, realizada no comitê judiciário da Câmara dos Representantes, se vangloriou da grande quantidade de candidaturas que recebem para integrar o FBI.
Jim Jordan, presidente do comitê, criticou a agência por "enganar" as redes sociais, ao ocultar que o vazamento sobre o computador de Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, era real e não desinformação. Nas imagens, ele é visto usando drogas ou envolvido em atividades sexuais.
Os republicanos acusam o filho do presidente de ter contratos suspeitos na China ou na Ucrânia.
"Como consequência, milhões de nossos cidadãos não ouviram essa história antes das eleições de 3 de novembro de 2020", nas quais Biden derrotou o republicano Donald Trump, afirmou Jordan.
Os republicanos alegam que o governo de Biden e várias agências, como o FBI, tiveram a cumplicidade das redes sociais para censurar conteúdos de direita, usando a luta contra a desinformação como desculpa.
Recentemente, um juiz federal restringiu a capacidade de algumas agências, incluindo o FBI, de se comunicar com essas plataformas para moderar o conteúdo, uma decisão que os congressistas lembraram repetidamente.
"O povo americano entende perfeitamente que há um sistema judicial de dois níveis que se tornou uma arma para perseguir pessoas com base em suas crenças políticas", afirmou a republicana Harriet Hageman, que acusou "pessoalmente" Wray de ter "trabalhado para transformar o FBI em uma arma contra os conservadores".
Nomeado para o cargo pelo ex-presidente Trump, Wray chamou essa ideia de "absurda".
No entanto, ele evitou entrar em detalhes tanto sobre Trump quanto sobre Hunter Biden, alegando processos judiciais em curso.
As críticas da ala dura republicana ao FBI vêm de longa data e se intensificaram após a operação na mansão de Trump em busca de documentos classificados que ele levou quando saiu da Casa Branca.
"Eu não chamaria isso de invasão. Eu diria que é a execução de um mandado de busca legal", afirmou o diretor do FBI, que enfatizou que "não houve envolvimento da SWAT", ou seja, das equipes táticas especializadas.
Amparados em um relatório de um procurador especial, outros republicanos criticaram a agência por abrir uma investigação sobre os supostos vínculos entre a campanha eleitoral de Trump em 2016 e os russos.
Alguns, como Jordan, também criticaram Wray por se recusar a dizer quem ordenou e redigiu um memorando, posteriormente descartado, que afirmava que católicos antiaborto são extremistas.
A maioria dos democratas defendeu Wray.
"Já passou da hora de os republicanos perceberem as consequências de suas ações", afirmou Jerrold Nadler, lembrando que as ameaças contra agentes do FBI aumentaram.
Wray afirmou que o "verdadeiro" FBI está se dedicando intensamente para proteger o povo americano de uma série de ameaças realmente impactantes.
"Do ponto de vista do FBI, estamos enfrentando todo tipo de ameaças criminais muito sérias vindas do outro lado da fronteira" com o México, exemplificou, e isso está se tornando cada vez mais uma prioridade.
Para lidar com essas ameaças, Wray defendeu uma controversa ferramenta de vigilância estrangeira (conhecida como Seção 702) que expira no final do ano. Ele afirmou que foram feitas reformas para proteger as informações dos americanos, mas os republicanos estão relutantes em reautorizá-la.
FONTE: Estado de Minas