América Latina precisa de mais investimentos para cumprir metas de desenvolvimento em 2030, diz BID
A América Latina e o Caribe necessitam de um investimento adicional de mais de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 959 bilhões) por ano em infraestrutura para cumprir as metas de desenvolvimento sustentável em 2030, alertou um funcionário do BID nesta terça-feira (18).
"Existe um enorme déficit de infraestrutura e de qualidade da mesma; apenas um terço das estradas é pavimentado e uma em cada quatro pessoas não tem acesso à água potável" na região, disse o vice-presidente-executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Jordan Schwartz, na abertura do encontro sobre "Parceria Público-Privada" na capital do Panamá.
"Para fechar o déficit de infraestrutura e cumprir com as metas de desenvolvimento sustentável em 2030, a região precisa de um investimento adicional de mais de US$ 200 bilhões ao ano", acrescentou.
Schwartz admitiu que o montante necessário "é enorme", pois "equivale a todo o investimento estrangeiro direto que a região recebeu em 2022", e explicou que uma das dificuldades para se obter recursos "é a complexa situação macroeconômica pela qual passam os países da região".
"A dívida soberana ultrapassou o [equivalente a] 70% do PIB [Produto Interno Bruto] regional e quase dobrou nos últimos 15 anos", afirmou.
As metas de desenvolvimento para 2030 constituem um plano de ação aprovado pela ONU em 2015 para erradicar a pobreza e proteger o planeta, entre outros objetivos.
Schwartz alerta que se esses investimentos não forem feitos, o desenvolvimento econômico será freado e milhares de pessoas pobres continuarão sem acesso a serviços públicos, o que ele considera "o mais preocupante".
Entretanto, o dirigente sugeriu que esses desafios podem ser cumpridos porque "a região é líder em atrair investimento privado em infraestruturas".
Participam do encontro, que tem duração de três dias, funcionários, economistas e empresários de todo continente.
Com sede em Washington, o BID foi criado em 1959 e se transformou na principal instituição internacional de financiamento de longo prazo para os países da América Latina e do Caribe.
No ano passado, o banco aprovou mais de US$ 14 bilhões (em torno de R$ 67,1 bilhões) em empréstimos para projetos, majoritariamente relacionados à água, energia e ao desenvolvimento de negócios.
FONTE: Estado de Minas