Ataque em zona de conflito com mapuches no Chile deixa rastro de destruição
Homens encapuzados incendiaram uma escola, um centro médico, uma igreja e vários veículos, nesta quarta-feira (2), na zona de conflito com os indígenas mapuche, que reivindicam terras ancestrais no sul do Chile, informou a polícia.
O ataque incendiário, que teria sido cometido por um grupo radical mapuche, ocorreu na cidade de Traiguén, na região de La Araucanía, relatou o coronel da polícia Patricio Martínez.
"Na madrugada, indivíduos desconhecidos, com líquidos aceleradores, começaram a incendiar o correio rural, a ambulância, veículos particulares, a escola, uma sede dos moradores e a igreja da comunidade Añiñen", em Traiguén, informou a autoridade, em declarações divulgadas pelo Departamento de Comunicação da Polícia.
Um paramédico sofreu ferimentos leves no pescoço e no rosto, depois de tentar apagar o fogo no centro médico. No total, três veículos foram incendiados.
No local, a Polícia encontrou uma mensagem, na qual o grupo radical Resistência Mapuche Malleco assume o atentado e exige a saída do território mapuche das "instituições racistas".
Traiguén é um povoado de quase 20.000 habitantes, próximo da cidade de Temuco, capital da região de La Araucanía, onde está grande parte das comunidades indígenas Mapuche, principal etnia do país.
Grupos radicais alimentaram o conflito, tomando estradas, ou incendiando casas, prédios públicos, ou maquinário agrícola e florestal.
O governo de Gabriel Boric ordenou a militarização da região e lançou, há um mês, uma comissão de "paz e entendimento", em uma nova tentativa de acordo com os indígenas.
Cerca de 20 pessoas morreram nos últimos 25 anos, em meio à disputa pelas terras reivindicadas pelos mapuches. Até abril, de acordo com números do governo, houve 390 ataques este ano. Em 2022, ocorreram 1.160 ataques do mesmo tipo.
FONTE: Estado de Minas