Juíza adverte Trump para que evite declarações ‘incendiárias’

11 ago 2023
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A juíza encarregada do caso contra Donald Trump por suposta conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 advertiu, nesta sexta-feira (11), ao ex-presidente norte-americano para que não faça declarações "incendiárias", pois não quer que o julgamento se torne um "carnaval".

A juíza federal Tanya Chutkan fez o alerta durante uma audiência entre promotores e advogados para decidir qual conteúdo Trump pode revelar sobre o caso.

"Tomarei as medidas necessárias para proteger a integridade destes procedimentos", afirmou Chutkan em um tribunal federal de Washington.

"As declarações incendiárias sobre este caso que podem corromper o júri" obrigariam a "ir a julgamento rapidamente", disse Chutkan dirigindo-se a Trump e seus advogados.

O procurador especial Jack Smith solicitou que o julgamento comece em 2 de janeiro do próximo ano, quase três anos após os apoiadores de Trump terem invadido o Congresso em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

É muito provável que os advogados de Trump, atual favorito para a nomeação republicana nas eleições presidenciais de 2024, queiram que o julgamento aconteça mais tarde.

Chutkan decidirá uma data em 28 de agosto.

Trump, de 77 anos, que se declarou inocente das acusações, não compareceu à audiência desta sexta-feira.

A juíza se comprometeu a garantir que os direitos do ex-presidente "como réu criminal" sejam respeitados, mas acrescentou que seus direitos de liberdade de expressão da Primeira Emenda "não são absolutos".

"Também levo a sério minha obrigação de evitar o que a Suprema Corte dos Estados Unidos chamou de atmosfera de carnaval de publicidade desenfreada e julgamento midiático", disse Chutkan.

Os promotores haviam pedido uma ordem para enquadrar o que Trump pode revelar publicamente sobre as testemunhas e as evidências do caso. Citaram uma mensagem divulgada pelo ex-presidente em sua plataforma Truth Social: "Se você me perseguir, eu te perseguirei!"

Chutkan advertiu que intervirá mesmo no caso de "declarações possivelmente ambíguas".

A magistrada decidiu que Trump pode consultar material confidencial, como entrevistas com testemunhas e transcrições dos procedimentos do grande júri, sem a presença de sua equipe jurídica, mas não pode fotografá-los ou reproduzi-los.

Chutkan comentou que o ex-presidente "tem demonstrado uma tendência a manter material que não deveria ter", referindo-se a outro caso judicial pendente contra ele na Flórida, desta vez por negligência no manuseio de documentos confidenciais após sair da Casa Branca.

Ele também enfrenta outra acusação pendente em Nova Iorque por supostos pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô para comprar seu silêncio.


FONTE: Estado de Minas


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