Preso pela Interpol por feminicídio em MG tentou matar mulher em SP
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O suspeito de matar Rafaela Miranda Sales, em abril deste ano, em Ipatinga, na Região do Vale do Aço, em Minas Gerais, já teria cometido um crime semelhante em São Paulo. Foragido há quatro meses, Alef Teixeira de Souza, de 29 anos, foi preso nesse domingo (13/8) pela Interpol, na Costa Rica. O homem é acusado de feminicídio e tráfico de drogas.
Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (14/8), o delegado responsável pelo caso, Marcelo Marinho, detalhou que, em 2021, Alef teria tentado matar uma outra mulher. O crime aconteceu em São Paulo, e, conforme as investigações, teria acontecido do mesmo modo como ocorreu no caso com a mineira.
As apurações apontaram que o homem se aproximava de suas vítimas por meio de aplicativos de relacionamentos. Depois de pouco tempo, ele convencia as mulheres a morarem com ele. A partir disso, começaria a agredi-las física e psicologicamente.
“Ele tinha características que ele iria repetir esse tipo de conduta, porque era o ‘modus operandi’ dele [...] Com certeza, ele iria praticar novas condutas dessa espécie se não tivesse sido detido”, enfatizou o delegado ao informar sobre a prisão do suspeito.
Alef responde a denúncias de homicídio triplamente qualificado, com qualificadores de feminicídio por meio cruel e sem dar chance de defesa para a vítima. Além disso, o homem poderá responder por tráfico de drogas. Caso seja condenado, ele poderá cumprir até 45 anos de prisão.
Apesar de ter sido preso nesse domingo, Alef só deverá chegar ao Brasil daqui a seis meses. Isso porque a Justiça da Costa Rica tem que aprovar a extradição do suspeito. Até lá, ele permanece preso na cidade de San Jose.
Série de torturas
O delegado Marcelo Marinho relatou que, no dia em que foi morta, Rafaela teria sido torturada por diversas horas. Segundo consta no inquérito, a mulher teria começado a ser espancada durante a manhã. Ao longo das agressões ela teria desmaiado, o que teria feito com que o suspeito pensasse que ela havia morrido.
“Ele pensou que a havia matado, então ele liga para a família dela e fala que ela morreu em um acidente. Para tentar se livrar da culpa. Horas depois, a família consegue contato com a Rafaela, por telefone. E aí ela fala que tá viva, que foi um mal entendido, e mente que está tudo bem”, diz o Marinho.
Horas depois, no fim da tarde, o suspeito teria voltado a agredir a vítima. O laudo da necropsia apontou que Rafaela foi espancada diversas vezes, teve parte do corpo cortadas e foi esganada. Além das agressões, a mulher foi encontrada com uma grande quantidade de cocaína no corpo, o que, segundo as investigações, fez parte da sessão de “tortura”.
“No final da tarde, ele começou uma nova sessão de tortura, com intenso espancamento que deixou sangue pela casa toda. As agressões começaram no segundo andar e ela foi morrer no primeiro andar [...] Então, ela foi vítima de espancamento, de esganadura, de lesão por instrumento cortante. [...] Ele também, mais uma vez, para tentar se livrar da culpa, para tentar se livrar do rastro de sangue que ele deixa, ele faz um contato com o Samu dizendo que tinha uma pessoa passando mal na residência, que estava tendo uma overdose, e aí ele some”, detalha o delegado.
Para o chefe da investigação, o suspeito possui “traços de psicopatia”. Marinho lembra que no dia da morte da jovem, Alef publicou nas redes sociais uma foto em que é possível ver, ao fundo, pelo reflexo de um espelho, a mulher sentada com a “possibilidade de resistência” já reduzida. “Então, ele com a vítima ali, à sua mercê, sem capacidade nenhuma de resistir. Ele estava mostrando para a sociedade o que ele iria fazer, e estava se orgulhando do que estava fazendo.”
FONTE: Estado de Minas