Rússia ainda não enviou tropas à fronteira com Finlândia, diz chanceler finlandesa
A Rússia ainda não cumpriu a ameaça de enviar tropas para sua fronteira com a Finlândia depois de que o país nórdico aderiu à Otan, informou à AFP, nesta terça-feira (15), a ministra das Relações Exteriores finlandesa, Elina Valtonen.
"A Rússia anunciou reformas militares e a criação de novas unidades no noroeste da Rússia em dezembro, evocando a expansão da presença da Otan. Esses esforços não parecem ter avançado muito rápido", afirmou a ministra em um e-mail, respondendo perguntas da AFP.
"Os recursos da Rússia parecem estar ocupados em outro lado neste momento", ironizou, em referência à Ucrânia. "A situação na fronteira leste é tranquila", acrescentou.
Em abril, Moscou qualificou a adesão da Finlândia à Aliança Atlântica de uma ameaça à sua segurança.
O país nórdico compartilha 1.340 quilômetros de fronteira com a Rússia. Sua entrada na Otan dobrou a fronteira da Rússia com essa aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
A ofensiva do Kremlin na Ucrânia modificou em grande medida o cenário de segurança da Europa e levou a Finlândia a abandonar décadas de não alinhamento militar para se unir à Otan.
O país nórdico, de 5,5 milhões de habitantes, também está construindo um muro de 200 quilômetros em sua fronteira com a Rússia, cuja conclusão está prevista para 2026.
Em 9 de agosto, a Rússia reiterou sua ameaça, ao acusar a Finlândia e a Polônia de colocarem sua segurança em perigo e prometeu dar "uma resposta rápida e apropriada" para "neutralizar" as ameaças em sua fronteira ocidental.
Varsóvia assinou importantes contratos armamentísticos com Seul e Washington nos últimos meses e Moscou acusa o vizinho de querer recuperar territórios do oeste da Ucrânia.
Valtonen assegurou que a Finlândia "sempre está preparada para diversas situações. Inclusive esta".
"A Otan é uma aliança defensiva e não ameaça a Rússia mais do que a Finlândia (...) A crítica da Rússia à Otan é uma posição que vem de longa data e não é nada novo", concluiu a ministra.
FONTE: Estado de Minas