Vistoria no Vilarinho
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O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), visitou, na manhã ontem, as obras do reservatório Vilarinho 2. Elas fazem parte da terceira etapa das intervenções para contenção de enchentes na Avenida Vilarinho, Região de Venda Nova. Os trabalhos nos reservatórios Nado 1 e Vilarinho 2 começaram no primeiro semestre de 2021 e têm previsão de serem concluídos no segundo semestre de 2024.
As intervenções estão em andamento no trecho da Avenida Vilarinho e Rua Dr. Álvaro Camargos, com a função de conter as inundações recorrentes na região. Essa é a terceira etapa das obras no sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro. O prefeito destacou a importância da obra para a capital. “É um complexo de obras que estamos fazendo para eliminar os riscos de morte e inundação da área do Vilarinho, que tem sido uma praga há muitos anos”, afirma.
Noman citou as etapas já concluídas. “A Lareira Marimbondo já está pronta, uma obra que deve acumular 70 milhões de litros de água. Essa daqui está bem avançada. A expectativa é que, até o segundo semestre do ano que vem, esta obra já esteja totalmente pronta e operacional.”
Apesar de o conjunto de obras não ficar pronto até o início do período chuvoso, o prefeito ressalta que as etapas já concluídas darão alívio para a Região da Vilarinho. “Essa é a terceira. Temos duas etapas prontas. Não resolve o problema, mas já minimiza muito. E no ano que vem, se Deus quiser, o risco, a menos que venha uma catástrofe novamente, será eliminado.”
Segundo o prefeito, o investimento no complexo é de R$ 300 milhões. Ele destaca que há obras em outros pontos da capital, com o mesmo objetivo. “O reservatório do Nado, na área da Tereza Cristina, uma bacia no Olaria pronta e operacional no Córrego do Ferrugem. A nossa expectativa é que para que na Tereza Cristina, esse ano, não tenhamos tantos problemas quanto nos últimos anos.”
Há ainda previsão de obras na Avenida Cristiano Machado, no Bairro Primeiro de Maio. “Ali tem um problema de inundação permanente. A obra já está contratada, a Praça das Águas fica pronta no ano que vem. Nos Córrego Pampulha e Cachoeirinha estamos abrindo um novo canal, que deve ficar pronto em 2025. Estamos atacando três grandes áreas de inundação em Belo Horizonte.” Perguntado sobre a Avenida Prudente de Moraes, o prefeito diz que a situação é um pouco mais complexa. “Estamos fazendo um projeto e quando estiver pronto, vamos buscar recursos.”
ESPERANÇA E DESCOFIANÇA Os comerciantes e moradores da Avenida Vilarinho ainda estão com um pé atrás quanto à efetividade das obras para conter as enchentes. Alisson Gonçalves, de 41 anos, é dono de uma loja de tecidos localizada a poucos metros das obras do reservatório Vilarinho 2. Ele lamenta que as autoridades nunca apareceram na região após as inundações, nos últimos anos.
“Que pena que o prefeito não veio visitar a gente quando inundava aqui. Visitar agora que a bacia está ficando pronta é muito fácil”, reclama. O comerciante conta que sempre amarga prejuízos no período chuvoso. “Barro aqui dentro da loja, prejuízo atrás de prejuízo. Em 2021, tivemos três inundações seguidas em janeiro. Nunca tivemos uma visita ou abatimento de IPTU.”
Ele calcula cerca de R$ 6 mil em prejuízos por causa das chuvas. Apesar disso, espera que as obras resolvam o problema definitivamente. “Desde que as obras começaram, tivemos uma enchente esse ano. Entrou uns três metros de água dentro da loja, mas sem prejuízo. Espero que resolva de vez esse problema, mas estou descrente porque toda vida a Vilarinho foi isso”, diz se referindo às inundações constantes.
Leandro Silva, de 38 anos, é gerente de uma loja de autopeças na avenida e também está desconfiado da efetividade das obras. Ele ainda reclama da demora. “Está tendo uma morosidade na entrega da obra.
Possivelmente vai ser um novo paliativo. Não acreditamos que vai resolver o problema, não. O volume de água é muito intenso aqui em dias de chuva.” O gerente reclama ainda da falta de manutenção e limpeza das bocas de lobo antes do período chuvoso.
FONTE: Estado de Minas