Tufão toca a terra enfraquecido no sul da China

01 set 2023
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O tufão Saola tocou a terra na madrugada deste sábado (02) no sul da China, enfraquecido, mas ainda perigoso, depois de forçar milhões de pessoas a se entrincheirar em casa, diante de uma das tempestades mais potentes em décadas na região.

Acompanhado de chuvas intensas e ventos fortes, o ciclone, catalogado como supertufão, paralisou de fato a atividade em Hong Kong, Shenzhen e outras cidades dessa zona do sul da China, habitada por dezenas de milhões de pessoas.

A tempestade passou perto de Hong Kong, que emitiu, ao longo de horas, seu nível de alerta máximo por tufões, e tocou a terra por volta das 3h30 locais, ao sul de Macau, na cidade de Zhuhai, segundo o Centro Meteorológico Nacional da China.

O observatório meteorológico de Hong Kong rebaixou sua categoria para tufão severo, mas pediu para se manter a vigilância, diante de "ventos e tempestades violentas" e do risco de inundações devido à subida do nível do mar, que pode atingir um recorde histórico. Durante a madrugada, reduziu o alerta do nível máximo, "T10", usado apenas 16 vezes desde a Segunda Guerra Mundial, para o "T8", terceiro na escala.

O ciclone resultou na evacuação de mais de 880 mil pessoas em duas províncias chinesas, em centenas de voos cancelados e em árvores arrancadas nas ruas desertas de Hong Kong, onde o início do ano letivo foi adiado.

O Centro Meteorológico Nacional da China projetou que Saola pode se tornar o tufão "mais potente" a atingir o delta do rio das Pérolas desde 1949. Essa região chinesa de planícies inclui Hong Kong, Guangdong, Shenzhen e Macau.

O observatório de Hong Kong havia alertado para rajadas de até e recomendou que os moradores não saíssem de casa e se mantivessem longe de portas e janelas que estiverem expostas.

- Risco de inundações graves -

As ruas de Hong Kong amanheceram nesta sexta-feira quase desertas, e os comerciantes tentaram proteger suas lojas, colocando fita adesiva em vitrines e janelas. Segundo os moradores, comida congelada e vegetais se esgotaram nos supermercados.

No centro financeiro internacional, a sessão da bolsa foi suspensa, e as escolas adiaram o início do ano letivo. "Espero que possamos proteger as ferramentas necessárias para o nosso negócio, como as geladeiras. Nós as colocamos em lugares mais altos para que a água não danificasse os eletrodomésticos", disse o gerente de um restaurante que se identificou como Lee, em entrevista à emissora de televisão local.

Em outra margem do delta do Rio das Pérolas, Macau, conhecida por seus cassinos, emitiu seu terceiro alerta de tufão mais grave, na metade da tarde.

Em Shenzhen, cidade de 17,7 milhões de habitantes na China continental, foi decretada a suspensão da atividade laboral, o fechamento do comércio a partir das 16h locais (5h no horário de Brasília) e, três horas depois, dos transportes públicos.

A província de Guangdong suspendeu os trens até a noite de sábado, e a agência de emergência responsável pela resposta ao risco de inundações elevou o nível de alerta para o segundo mais elevado.

"Isso irá afetar nossas vidas", disse Wu Wenlai, 43 anos, que dirige um restaurante em um subúrbio de Shenzhen, que precisou fechar. "As correm para estocar alimentos de última hora", contou Lu Yiming, dono de uma loja nessa cidade, um importante polo de tecnologia.

- Tufões mais intensos -

As mudanças climáticas aumentaram a intensidade das tempestades tropicais, com chuvas e rajadas ainda mais fortes, que provocam inundações repentinas e danos às regiões costeiras, afirmam cientistas.

O Saola obrigou milhares de pessoas a abandonar suas casas durante sua passagem pelo norte das Filipinas nesta semana, mas não foram reportadas vítimas.

O sul da China é afetado com frequência, no verão e outono locais, por tufões que se formam nas águas quentes ao leste das Filipinas e avançam em direção ao oeste.

Embora possam causar perturbações em cidades como Hong Kong, as mortes são raras, devido aos avanços nos métodos de construção e nos sistemas de gestão de inundações.


FONTE: Estado de Minas


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