Jornalista condenado a 20 anos de prisão em Mianmar
As autoridades militares de Mianmar condenaram a 20 anos de prisão um jornalista preso em maio quando cobria as consequências do ciclone Mocha, anunciou a agência de notícias para a qual trabalhava, Myanmar Now, nesta quarta-feira (6).
Segundo a ONU, a junta militar prendeu pelo menos 170 jornalistas desde o golpe de 1º de fevereiro de 2021 contra Aung San Suu Kyi, como parte da sua política de repressão de qualquer voz dissidente.
O repórter fotográfico Sai Zaw Thaike, de 40 anos, recebeu quatro acusações, incluindo violação de leis relacionadas com telecomunicações e desastres naturais.
"A condenação é mais um sinal de que a liberdade de imprensa foi completamente esmagada pela junta militar e que os jornalistas independentes devem pagar um preço alto pelo seu trabalho", disse Swe Win, editor-chefe de Myanmar Now, citado no comunicado.
Sai Zaw Thaike foi preso em 23 de maio em Sittwe enquanto cobria as consequências do ciclone Mocha, que matou mais de 140 pessoas.
Desde então, ele permanece em prisão preventiva, sem advogado ou visitas de família, disse Myanmar Now. Ele foi considerado culpado no primeiro dia de seu julgamento.
A junta revogou a licença do Myanmar Now pouco depois de assumir o poder, juntamente com outros veículos de comunicação independentes acusados de criticar os militares.
Mais de 24 mil pessoas foram presas desde o golpe, que mergulhou o país do Sudeste Asiático em um novo ciclo de violência, segundo um grupo de monitoramento local.
Mianmar ocupa o 173º lugar entre 180 no ranking de liberdade de imprensa de Repórteres Sem Fronteiras. Segundo a ONG, há atualmente 69 jornalistas detidos no país.
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FONTE: Estado de Minas