‘Galinha Feliz’: projeto criado em Formiga testa eficiência reprodutiva de galos apreendidos em rinhas

10 set 2023
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Em quatro anos de projeto, mais de 50 pintinhos já nasceram na fazenda-laboratório do Centro Universitário de Formiga (Unifor). No processo de ressocialização, os galos ex-combatentes são submetidos à convivência com outras aves

Dênio Garcia/Divulgação

Implantado há quatro meses na fazenda-laboratório do Centro Universitário de Formiga (Unifor), o projeto "Galinha Feliz" tem testado a eficiência reprodutiva de galos apreendidos em rinhas.

As aves usadas na amostragem fazem parte de um projeto de ressocialização criado em 2019. Até agora, seis galos conseguiram reproduzir e já nasceram mais de 50 pintinhos no local.

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Segundo o idealizador do projeto, o veterinário Dênio Garcia, a iniciativa é justamente colocar à prova a fertilidade desses galos, comumente submetidos a tratamentos hormonais desde o nascimento e expandir a espécie mura.

"Há uma crença que esses animais, tão sofridos e com cargas extensas de hormônios e de medicamentos ao longo da vida, não conseguem reproduzir. Por isso, iniciamos essa testagem dentro do projeto que já existe há quatro anos, que é o de ressocialização, e passamos a testar a capacidade reprodutiva dessas aves. O resultado tem sido surpreendente".

A testagem já mostra que os galos ressocializados conseguem, sim, reproduzir. Desde a implantação do projeto, já nasceram mais de 50 pintinhos no local. O trabalho extenso e minucioso envolve atenção redobrada de Dênio, que conta com apoio de um estagiário.

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Extenso porque o "Galinha Feliz" só funciona depois do processo de ressocialização dos galos, que dura em torno de quatro meses.

"Se esses animais não são ressocializados eles não conseguem viver em grupos, portanto, também não conseguem reproduzir. Eles são treinados para brigas altamente violentas e, portanto estão prontos para machucar e até matar seus semelhantes", explicou.

Projeto desenvolvido em Formiga busca reintegrar ao meio ambiente galos que foram apreendidos em rinhas

Projeto de ressocialização

Cerca de 2 mil animais já ressocializados em quatro anos projeto. Eles chegam à fazenda laboratório após serem apreendidos nos municípios de Minas Gerais, por grupamentos policiais em ações de combate à prática de exploração animal ou denúncias de rinhas.

Ao passarem por todas as etapas, os galos – chamados de ex-combatentes – ficam prontos para convivência com outros galos da mesma espécie e, então, recebem um microchip com todas as informações de vida do animal. Em seguida, são doados aos produtores rurais da região Centro-Oeste.

"A doação é muito simples, mas envolve responsabilidade por parte do produtor que não pode sacrificar o animal. Eles são doados mediante um cadastro com comprovação de espaço físico e são acompanhados pelo microchip durante o tempo de vida que neste caso é bastante encurtado por conta da vida pregressa desses animais, vivem em torno de dois anos e um galo não submetido às rinhas pode viver até 10 anos", pontuou.

Os galos que não são doados, muitas vezes por falta de produtores que possam acolhê-los, permanecem na fazenda laboratório. Nenhum animal é sacrificado.

"Esses que por ventura vão ficando na fazenda são incluídos em ações como o "Galinha Feliz". Seguimos cuidando com olhar atento à espécie que é muito boa. São galos e galinhas fortes, com saúde resistente, portanto, é fundamental a ampliação da espécie, mas em hipótese alguma para exploração em combates", finalizou o veterinário.

Projeto "Galinha Feliz" em Formiga, foi criado há quatro meses para testar capacidade reprodutiva de galos de rinha

Dênio Garcia/Divulgação

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FONTE: G1 Globo


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