Professora é indiciada por falas racistas em sala de aula pela Polícia Civil em MG
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De acordo com a Polícia Civil, a suspeita foi indiciada pelos crimes de racismo e constrangimento a adolescente. As penas variam de seis meses a três anos de reclusão. A professora investigada por falas preconceituosas e racistas durante aulas em uma escola de Muzambinho (MG) foi indiciada pela Polícia Civil. O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (22).
📲 Participe da comunidade e receba no WhatsApp as notícias do Sul de MG A suspeita foi indiciada pelos crimes de racismo e constrangimento a adolescente. As penas, de acordo com a polícia, variam de seis meses a três anos de reclusão. Delegacia da Polícia Civil em Muzambinho (MG) Reprodução/EPTV Ainda de acordo com a Civil, durante a investigação foram ouvidos 19 alunos e professores, além da professora que prestou depoimento nesta quarta-feira (20). Com a conclusão das investigações, o inquérito foi encaminhado à Justiça para as medidas legais cabíveis. O processo tem quase 200 páginas. Suspensa A suspeita foi suspensa pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). Ela havia voltado a trabalhar na semana passada, mas, agora, foi afastada temporariamente. De acordo com a SEE, a suspensão preventiva foi publicada no final de semana. Ainda conforme a secretaria, ela foi afastada temporariamente das funções por possível descumprimento dos deveres do servidor público. O afastamento da professora, segundo a Secretaria de Estado de Educação, é de cerca de 30 dias. Falas preconceituosas Segundo os alunos, a professora utiliza falar preconceituosas em sala de aula há um bom tempo. Em agosto, estudantes gravaram as falas dela durante uma aula da disciplina de "Humanidades". No áudio, ela fala de cor, raça, pessoas obesas e até deficientes. "Hoje é muito modinha falar de racismo.. porque o prefeito feio, "entre aspas", vamos colocar assim? Não! Porque tudo que é bonito é exaltado. Cé tá entendendo? Tudo o que é bonito é exaltado", diz a professora. E ela continua: "Se fosse... A gente acha que é preconceito, por exemplo, gordo: gordura é feio. Tem pessoas mulatas que são bonitas, tem uns negros muito bonitos, mas você vai ver os 'traço' não ajuda, o cabelo não ajuda, entendeu? Então assim... 'cê' tem isso daí.. o deficiente, a pessoa que é deficiente, é bonito cê ver uma pessoa deficiente?", disse no trecho que circula nas redes sociais. Professora investigada por falas racistas em sala de aula é suspensa preventivamente em MG Reprodução/EPTV Devido ao retorno da professora, por se recusarem a entrar na sala de aula, estudantes estavam precisando assinar uma lista declarando que a ausência implicará na frequência. A volta da professora antes da conclusão do inquérito havia deixado alunos e pais de estudantes indignados na cidade. Investigação do caso Além da Polícia Civil, a Secretaria de Estado de Educação informou que a Superintendência Regional de Educação de Poços de Caldas esteve em Muzambinho e elaborou um relatório de inspeção. O documento foi encaminhado para o Núcleo Correição Administrativo, em Belo Horizonte, que vai investigar a conduta da professora. A secretaria reforçou que não compactua com possíveis ilícitos e que práticas discriminatórias são atitudes graves que violam os direitos humanos, a constituição e outras leis que tratam do respeito ao outro e a igualdade entre todos. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo