Principais datas de Nagorno-Karabakh desde o fim da URSS
Habitado principalmente por armênios, mas reconhecido como parte do Azerbaijão, o disputado território de Nagorno-Karabakh, na região do Cáucaso, tem sido palco de décadas de agressões entre Yerevan e Baku.
Estas são as principais datas que marcaram sua história recente:
- 1988, violência interétnica -
Em fevereiro de 1988, em plena Perestroika, ocorreram as primeiras manifestações a favor da anexação de Nagorno-Karabakh à Armênia.
Este enclave na região do Cáucaso foi cedido ao Azerbaijão por Stálin em 1921 e conquistou autonomia dois anos mais tarde.
A violência entre as etnias locais acabou levando à morte de pelo menos 30 pessoas, sobretudo armênios, na cidade azerbaijana de Sumgait.
Como os dois países faziam parte da URSS, Mikhail Gorbachev rejeitou qualquer mudança de fronteira.
- 1991, independência não reconhecida -
Após a dissolução da URSS em 1991, o enclave organizou um referendo - boicotado pela comunidade do Azerbaijão - e proclamou sua independência de Baku em 2 de setembro, com o apoio de Yerevan.
Nenhum Estado-membro da ONU reconheceu esta independência.
- 1994, vitória da Armênia -
A retirada do Exército soviético na região deu lugar à escalada da violência e a uma guerra aberta até que Moscou negociou um cessar-fogo em 17 de maio de 1994.
Os conflitos deixaram 30.000 mortos e centenas de milhares de deslocados.
Com a derrota de Baku, Yerevan passou a controlar a região e áreas azerbaijanas próximas.
- 2016, quatro dias de hostilidades -
No início de abril de 2016, intensos confrontos entre estes dois países mobilizaram o enclave durante quatro dias.
Os embates foram os piores desde 1994, e pelo menos 110 pessoas, entre civis e militares, perderam a vida.
- 2020, segunda guerra -
Em 27 de setembro de 2020, Baku lançou uma operação militar contra os separatistas armênios e bombardeou a capital do enclave, Stepanakert.
O conflito terminou com a derrota de Yerevan, que foi obrigada a ceder importantes territórios no enclave e em seus arredores ao Azerbaijão.
Moscou, que patrocinou um cessar-fogo firmado em 10 de novembro, mobilizou um exército de manutenção da paz, mas os poucos milhares de soldados russos destacados não conseguiram evitar a multiplicação dos confrontos no enclave separatista.
- 2022, bloqueio -
No final de 2022, o Azerbaijão instalou postos de controle na região antes de bloquear o tráfego do corredor de Lachin, a única rodovia que liga Nagorno-Karabakh à Armênia, o que gerou uma grave escassez de alimentos e de remédios no território separatista.
- 2023, ofensiva relâmpago de Baku -
Em 19 de setembro, o Azerbaijão anunciou "operações antiterroristas" em Nagorno-Karabakh diante da morte de quatro policiais e de dois civis azerbaijanos na explosão de algumas minas que teriam sido plantadas por "sabotadores" armênios, segundo Baku.
No dia seguinte, autoridades do território separatista libertado por Yerevan entraram em um acordo por um cessar-fogo.
Pelo menos 200 pessoas morreram, e 400 ficaram feridas, no enclave, que vive está sob emergência humanitária, de acordo com separatistas armênios.
As partes agora negociam uma "reintegração" de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão.
FONTE: Estado de Minas