Armênia pede ‘missão’ de vigilância da ONU em Nagorno-Karabakh
O ministro de Relações Exteriores da Armênia pediu neste sábado (23), nas Nações Unidas, o envio "imediato" de uma "missão" da ONU a Nagorno-Karabakh para avaliar e controlar a situação no terreno.
"A comunidade internacional deveria fazer todos os esforços possíveis para o envio imediato de uma missão interinstitucional da ONU em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de monitorar e avaliar os direitos humanos e a situação humanitária e de segurança no terreno", afirmou Ararat Mirzoyan, reiterando acusações de "limpeza étnica" na região separatista.
"Infelizmente, não temos um aliado para a paz, mas um país que declara abertamente que 'o poder é o direito' e utiliza a força constantemente para interromper o processo de paz", sustentou, acrescentando que o momento escolhido para a ofensiva relâmpago pelo Azerbaijão, o início desta semana, não foi "casual".
"A mensagem é clara: você pode falar de paz e ir para guerra, e não poderá mudar nada", frisou o ministro na Assembleia Geral da ONU.
Horas antes, seu par azeri, Jeyhun Bayramov, prometeu da mesma tribuna que a maioria armênia de Nagorno-Karabakh seria tratada como "cidadãos iguais".
No início desta semana, o Azerbaijão lançou uma operação na região separatista, majoritariamente habitada por armênios, obtendo uma vitória relâmpago. Na sexta-feira, os separatistas armênios aceitaram entregar as armas.
Este enclave montanhoso, anexado ao território azeri em 1921 pelas autoridades soviéticas, foi cenário de duas guerras no passado entre as antigas repúblicas soviéticas de Azerbaijão e Armênia: uma de 1988 a 1994 (30.000 mortos) e outra na segunda metade de 2020 (6.500 mortos).
"Seguimos acreditando que existe uma oportunidade histórica para que Azerbaijão e Armênia estabeleçam relações de boa vizinhança e coexistam pacificamente um ao lado do outro", declarou Bayramov.
FONTE: Estado de Minas