Oposição avalia possível apoio técnico do CNE em primárias da Venezuela
As autoridades eleitorais e os organizadores das primárias nas quais a oposição na Venezuela escolherá um adversário para o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 2024, anunciaram, nesta segunda-feira (25), que vão avaliar possíveis formas de "apoio técnico", faltando um mês para a votação.
A eventual assistência técnica do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) às primárias da oposição, previstas para o próximo 22 de outubro, gera divisões. A ex-deputada Maria Corina Machado, que lidera as pesquisas entre os pré-candidatos, se opôs ao plano, ao alegar que a entidade eleitoral é favorável a Maduro.
"Acordou-se instalar uma comissão mista (...) para começar a discutir, a partir de amanhã, todos os aspectos técnicos em relação ao processo eleitoral", informou o presidente do CNE, Elvis Amoroso, em declaração à imprensa após uma reunião entre as partes, que qualificou como "amena" e "muito profissional".
Em junho passado, a oposição havia descartado o apoio do CNE, após a renúncia da diretoria anterior do organismo, denunciada na época como "uma manobra" contra suas votações internas.
A nova diretoria, presidida por Amoroso e nomeada em 25 de agosto pelo Parlamento de maioria chavista, ofereceu "assistência" à oposição na sexta-feira, em resposta a uma solicitação dos organizadores das primárias, feita dias antes da crise provocada pelas demissões.
"Pedimos uma reunião em 5 de junho" para "verificar as condições nas quais seria possível solicitar uma assistência técnica", disse nesta segunda Jesús María Casal, presidente da comissão que organiza as primárias.
Casal afirmou que a comissão mista que será instalada na terça-feira visa a "uma interlocução" sobre "o avanço do processo da primária, a fase em que se encontra, seus elementos essenciais, e a colaboração e o apoio que o Conselho Nacional Eleitoral pode prestar".
Amoroso atuava como controlador, cargo no qual inabilitou opositores como a própria Machado para exercer cargos públicos, medidas condenadas pelos Estados Unidos e a União Europeia.
Machado e o duas vezes candidato à Presidência, Henrique Capriles, os principais pré-candidatos, estão inabilitados, assim como Freddy Superlano, que se candidatou no lugar de Juan Guaidó quando este fugiu do país depois que a oposição eliminou o simbólico "governo interino" que ele liderava.
Maduro será candidato em 2024 a um terceiro mandato de seis anos.
FONTE: Estado de Minas