Quem é o Trio Mocotó, matriz do samba-rock que volta à cena em novembro

28 set 2023
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Formado em 1968, em São Paulo, grupo retorna como convidado da banda Fino Coletivo em show que traz à tona o balanço referencial dos músicos na década de 1970. Skowa (à esquerda), Nereu Gargalo (ao centro) e João Parahyba formam o Trio Mocotó

José de Holanda / Divulgação

♪ MEMÓRIA – A volta à cena do Trio Mocotó – como convidado do grupo carioca Fino Coletivo em show agendado para 25 de novembro no Circo Voador, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) – traz à tona a gênese do samba-rock. Quando se fala em samba-rock, gênero que proliferou ao longo dos anos 1970, o nome de Jorge Ben Jor é uma das referências vindas instantaneamente à cabeça.

De fato, o artista carioca contribuiu decisivamente para a propagação do samba-rock em álbuns como Negro é lindo (1971) e Ben (1972) com o toque do violão revolucionário do músico.

Contudo, a matriz do gênero é o Trio Mocotó, grupo formado em 1968 na boate Jogral, na cidade de São Paulo (SP), pelos músicos cariocas Luís Carlos de Sousa (o Fritz Escovão) e Nereu de São José (o Nereu Gargalo) com o ritmista paulistano João Carlos Fagundes Gomes (o João Parahyba).

Com os toques de Fritz Escovão na cuíca, João Parahyba na bateria e Nereu Gargalo no pandeiro, Jorge Ben caiu em suingue inebriante e, após anos de ostracismo, voltou a fazer sucesso em 1969 e nunca mais deixou de ser glorificado como um dos gênios da música brasileira.

Foi com o toque do Trio Mocotó que, debaixo de vaias, Ben apresentou a visionária música Charles, anjo 45 em 1969 na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC). As vaias jamais abafaram a força do balanço e da música.

A partir de 1970, ano em que gravou single com o samba-rock Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, fazendo shows com o cantor em um primeiro momento da carreira e gravando discos como o mencionado Negro é lindo.

Aos poucos, os músicos pavimentaram discografia solo que inclui três álbuns referenciais dos anos 1970, década áurea do samba-rock. Os álbuns Muita zorra (“...São coisas que glorificam a sensibilidade atual”) (1971), Trio Mocotó (1973) e Trio Mocotó (1977) nunca foram blockbusters, mas ficaram cultuados a partir da década de 1990 no Brasil e no exterior, sobretudo o disco de 1973 em que o trio adicionou à cadência do samba toques de jazz, soul e, claro, rock.

Na sequência, em 1975, o grupo saiu de cena e reapareceu somente em 2001, após 26 anos, com o álbum intitulado... Samba-rock, para lembrar que, sim, a batida é criação do trio. O Trio Mocotó que volta à cena em novembro, por ser referência para o grupo Fino Coletivo, conta com os fundadores João Parahyba e Nereu Gargalo.

Já Fritz Escovão, nascido há 80 anos, tem desde 2003 o lugar ocupado por Marco Antônio Gonçalves dos Santos, o cantor, compositor e músico paulistano conhecido artisticamente como Skowa.

Mudou a formação há 20 anos, mas o suingue deve ser o mesmo por ser marca deste trio batizado quando o galanteador Nereu soltou a expressão “Que mocotó!” ao se deparar na boate Jogral com as coxas e os joelhos de mulher cobiçada pelo artista.

O resto é uma história que a participação do Trio Mocotó no show do Fino Coletivo traz à memória.


FONTE: G1 Globo


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