Reflorestamento em Aimorés: um quarto de século investido na preservação

30 set 2023
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Aimorés – Uma iniciativa em preservação da natureza, a partir das boas práticas ecológicas e do respeito pelo meio ambiente, movimenta, hoje, o município de Aimorés, às margens do Rio Doce, na Região Leste de Minas Gerais. Na Fazenda Bulcão, distante cinco minutos do Centro da cidade, o fotógrafo e ambientalista mineiro Sebastião Salgado e a esposa, Lélia Salgado, comemoram os 25 anos do Instituto Terra, reconhecido internacionalmente pela conservação da área. Na solenidade, estará presente a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e outras autoridades.
Na manhã de ontem, o Estado de Minas teve acesso a uma nova área adquirida recentemente pelo Instituto Terra, que será reflorestada com mudas da mata atlântica – ao longo do tempo, esse bioma característico da Região Leste do estado foi praticamente dizimado para dar lugar a pastagens ou a extensas áreas devastadas. Em 50 hectares, serão plantadas aproximadamente 112 mil mudas. Na primeira etapa, que já teve início, será feito o recobrimento da área degradada, aproveitando o período chuvoso que se inicia agora. Em outra etapa será realizado plantio diverso, de várias mudas nativas da mata atlântica. Todas elas foram e estão sendo produzidas no próprio Instituto Terra, uma reserva particular do patrimônio natural que já plantou quase 3 milhões de árvores no bioma da Mata Atlântica.

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Em tempo de mudanças climáticas, com cidades do interior mineiro ultrapassando os 40°C, a iniciativa de Sebastião Salgado e Lélia Salgado, atual presidente do instituto, chega como um sopro de esperança e de exemplo para gestores e população. Também hoje, o Instituto Terra, um dos maiores projetos particulares de reflorestamento no país, passará a ser presidido pelo filho do casal, Juliano.

BOAS PRÁTICAS 

Caminhando pela nova área de reflorestamento, que se junta à Fazenda Bulcão – terrenos herdados do pai, por Sebastião, e adquiridos de irmãos–, vê-se, claramente, a importância da iniciativa para Aimorés diante do aquecimento global. Em cada palmo do chão, está a vontade de proteger a terra, de respeitá-la e, principalmente, de livrá-la da destruição. Basta olhar cada planta para imaginar um futuro melhor para o planeta e seus 8 bilhões de habitantes.
Sebastião Salgado, Lélia e Juliano, junto com seus colaboradores de outros cantos do planeta e os aimoreenses se juntaram para aumentar e fortificar a natureza do Vale do Rio Doce. Nesses 25 anos muito mudou. Mais de 600 hectares estão repletos de biodiversidade. São centenas de espécies da fauna e flora local que retornaram e hoje têm a floresta como seu lar. O Instituto Terra mostrou a Minas, ao Brasil e ao mundo que é possível restaurar.

VIDA PELA NATUREZA 

Com um olhar atento à natureza, às “feridas” da sociedade e à beleza do planeta Terra, sem desfocar suas mazelas, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior, natural de Aimorés, é um fotografo de reconhecimento mundial. Hoje com 79 anos, casado com a arquiteta e ambientalista Lélia Deluiz Wanick, ele passou a infância na Fazenda Bulcão e parte da juventude em Vitória (ES). Em 1967, formou-se em economia na Universidade do Espírito Santo. No ano seguinte, fez mestrado na Universidade de São Paulo, mudando-se para Paris, França, em 1969, onde fez o doutorado.

Entre 1971 e 1973, Sebastião Salgado trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café, em Londres, na Inglaterra. Em uma viagem para Angola, África, onde coordenou um projeto sobre a cultura do café, passou a fotografar como hobby. Em 1973, de volta a Paris, Salgado iniciou sua carreira como fotógrafo profissional, atuando como “freelancer” em reportagens fotográficas para as agências Gamma, Sygma e Magnum.
Outro marco na carreira como fotógrafo: Em setembro de 1986, Salgado passou 33 dias nas minas de Serra pelada, no Pará, onde estava instalada a maior mina de ouro ao céu aberto do planeta. n 


FONTE: Estado de Minas