Governo, milícias curdas, pró-turcas e jihadistas: as forças que atuam na Síria

06 out 2023
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O governo sírio retomou o controle da maior parte do território perdido em 12 anos de conflito, inclusive em Homs, onde um atentado contra uma academia militar deixou dezenas de mortos na quinta-feira.

Confira a seguir um panorama sobre as forças presentes em territórios do país, onde a repressão violenta aos protestos pró-democracia desencadeou uma guerra civil, em 2011, na qual se multiplicaram as frentes, com o envolvimento de exércitos estrangeiros e milícias jihadistas.

- Forças governamentais -

Durante os primeiros anos do conflito, as forças governamentais perderam a maioria do território para facções da oposição, de combatentes curdos e de jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

A intervenção russa de 2015 mudou a dinâmica e, com o apoio de Moscou, do Irã e do Hezbollah libanês, o regime sírio passou a controlar cerca de dois terços do país.

As principais cidades sírias estão em seu poder: a capital, Damasco; Aleppo, Hama e Homs, cuja academia militar foi atacada com um drone na quinta-feira, deixando mais de 100 mortos.

As forças do regime também contam com o apoio de combatentes pró-Irã afegãos, paquistaneses e iraquianos.

O Irã assegura que não tem forças no terreno, apenas assessores militares.

Segundo Moscou, mais de 63.000 militares russos colaboraram na campanha síria, mas não está claro quantos soldados permanecem no país. A Rússia tem duas bases militares no oeste da Síria: uma base aérea em Hmeimim e uma base naval em Tartus.

- Combatentes curdos -

Em 2012, os curdos anunciaram o estabelecimento de uma "administração autônoma" nas áreas que controlam no norte e no leste do país, após a retirada pacífica das forças do regime de grande parte destas regiões.

Os combatentes curdos, apoiados por Washington, foram ampliando as áreas que controlam após combates violentos contra o grupo EI.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos curdos, mas integradas também por facções árabes e cristãs siríacas, lideram a luta contra o grupo EI.

Agora, controlam cerca de 25% do território sírio, inclusive a província de Hasaka, no nordeste, e Raqa, antiga "capital" do EI.

As forças americanas estão mobilizadas no âmbito da coalizão internacional anti-EI em várias bases localizadas em áreas controladas pelos curdos.

Washington mantém uma base no campo petrolífero de Al Omar, o maior da Síria, e na jazida de gás de Conoco, entre outros lugares.

Suas forças também estão presentes no sul, na base estratégica de Al Tanf, perto das fronteiras jordaniana e iraquiana.

- Turquia e as facções -

Desde 2016, a Turquia, com o apoio de facções sírias, lançou várias operações militares no norte da Síria, sobretudo contra combatentes curdos.

As forças turcas e as facções pró-Ancara controlam uma faixa fronteiriça que abrange de Yarabulus, a nordeste de Aleppo, a Afrin, a noroeste. Também controlam outra região fronteiriça mais a leste.

Nas facções pró-Ancara, que formaram o "Exército Nacional Sírio", há ex-combatentes e grupos da oposição.

- O reduto de Idlib -

O grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS, ex-braço local da Al Qaeda) controla o último reduto da oposição armada no noroeste do país.

O último reduto jihadista e rebelde engloba grande parte da província de Idlib e territórios fronteiriços das províncias de Aleppo, Hama e Latakia. Metade de seus três milhões de habitantes são deslocados que fugiram das regiões retomadas pelo regime.

No enclave também estão presentes outras facções menos influentes, como o grupo jihadista Partido Islâmico do Turquestão (TIP), formado majoritariamente por combatentes da minoria muçulmana uigur da China.

- O grupo Estado Islâmico -

Após ter controlado vastas áreas na Síria e no Iraque, em 2014, a organização jihadista registrou derrotas sucessivas nos dois países até acabar perdendo todos os seus territórios em 2019.

Desde então, quatro líderes do EI foram mortos, mas seus membros, que recuaram para o extenso deserto sírio, continuam realizando ataques contra civis e as forças do regime e curdas.


FONTE: Estado de Minas


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