Tribunal russo prorroga detenção de jornalista americana
Um tribunal russo decidiu, nesta sexta-feira (20), manter a detenção da jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, presa na semana passada, por mais três dias, depois que a acusação alegou que ela não havia se registrado como "agente estrangeiro".
Kurmasheva, jornalista do veículo americano Radio Free Liberty, foi detida na quarta-feira pelas forças de ordem em Kazan, capital do Tartaristão (centro).
O status de "agente estrangeiro" impõe obrigações administrativas muito rígidas às pessoas ou entidades em questão, incluindo o controle financeiro. As publicações, inclusive nas redes sociais, também devem levar esse rótulo.
Segundo o tribunal de Sovtski em Kazan, a jornalista não forneceu os documentos necessários.
Kurmasheva, que atualmente mora em Praga com o marido e os filhos, teve que viajar para a Rússia para uma "emergência familiar" no dia 20 de maio. Ela foi detida em 2 de junho no aeroporto de Kazan quando se preparava para retornar e as autoridades confiscaram seus passaportes russo e americano.
De acordo com a "Kurmasheva é uma jornalista experiente que cobre há muito tempo as minorias étnicas do Tartaristão e do Bashkortostan, na região do Volga e dos Urais, na Rússia".
Kurmasheva é a segunda jornalista americana a ser detida na Rússia este ano, depois de Evan Gershkovich, do Wall Street Journal.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu que "não há uma campanha de perseguição aos cidadãos americanos na Rússia".
"Há cidadãos americanos que infringem a lei e devemos tomar as medidas adequadas contra eles", declarou.
Desde o início da operação militar contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia impôs uma dura repressão contra a imprensa independente, ONGs, advogados e opositores.
FONTE: Estado de Minas