Hamas afirma que bombardeios israelenses mataram cerca de 50 reféns

26 out 2023
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O Hamas anunciou, nesta quinta-feira (26), que cerca de 50 de seus reféns morreram em Gaza por causa dos bombardeios de Israel, que realizou uma incursão de tanques no enclave palestinos com vistas a invadi-lo.

Na madrugada desta quinta-feira, "o Exército realizou uma operação seletiva com tanques no norte da Faixa de Gaza, indicou um comunicado militar.

Imagens de vídeo em preto e branco divulgadas pelo Exército mostraram uma coluna de veículos blindados e niveladoras que atravessam o que parece ser uma cerca fronteiriça. A AFP identificou o local ao sul da cidade israelense de Ascalão, mas não conseguiu determinar quando o vídeo foi gravado.

"Estamos preparando uma incursão terrestre", havia confirmado ontem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza, em represália pelo ataque realizado em 7 de outubro pelo braço armado do movimento islamita no sul de Israel.

Esse ataque deixou mais de 1.400 mortos em Israel, entre eles mais de 300 militares, segundo autoridades israelenses. Os bombardeios de represália incessantes lançados desde então por Israel mataram, por sua vez, cerca de 7.000 pessoas, entre elas 2.913 crianças, segundo o Hamas, que divulgou o nome de mais de 6.700 pessoas que estão em seu balanço de mortos, um dia depois de Biden questionar a credibilidade dos números.

Segundo o Exército israelense, 224 reféns foram sequestrados durante o ataque do Hamas, que libertou quatro mulheres até o momento. O braço armado do Hamas, as brigadas Ezzeldin al-Qassam, afirmaram que cerca de 50 reféns morreram nos ataques israelenses.

"O número de reféns sionistas que morreram na Faixa de Gaza em consequência dos bombardeios e massacres sionistas chegou perto de 50", indicou o movimento islamista no Telegram. O Hamas usa o termo sionista para se referir aos israelenses. Essa afirmação não pôde ser verificada por meio de uma fonte independente.

- Ofensiva terrestre -

A provável ofensiva terrestre israelense preocupa seriamente a comunidade internacional, que teme um aumento dramático do número de vítimas civis na Faixa de Gaza. Israel somou à sua campanha de bombardeios um "bloqueio total" desse enclave, de 362km² e mais de 2,3 milhões de habitantes privados do fornecimento de água, comida e eletricidade.

Biden pediu ontem a Israel que "proteja os civis inocentes" em sua campanha contra o Hamas. "Quando terminar a crise, tem que haver uma visão do que virá depois", acrescentou, reiterando seu apoio a uma solução de dois Estados, um palestino e outro israelense.

O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu no Cairo que "uma intervenção maciça que põe em perigo a vida da população civil é um erro".

- 'Pausas' humanitárias -

Na Faixa de Gaza, bairros inteiros foram destruídos e os médicos nos hospitais estavam sobrecarregados com feridos e eram obrigados a realizar cirurgias sem anestesia.

Os Estados Unidos propuseram "pausas" para facilitar a entrega de ajuda humanitária. Os 27 países da União Europeia (UE) discutiram o pedido nesta quinta-feira, em Bruxelas.

Cerca de 1,4 milhão de pessoas, mais da metade da população da Faixa de Gaza, foram deslocadas fugindo dos bombardeios israelenses, segundo a ONU.

Ainda hoje, uma adolescente foi retirada dos escombros de um edifício em Khan Yunis, cidade do sul da Faixa de Gaza, após 35 horas enterrada. "Nenhum lugar é seguro em Gaza", afirmou Lynn Hastings, coordenadora de assuntos humanitários da ONU para os territórios palestinos.

Menos de 70 caminhões com ajuda entraram no enclave desde o início da guerra. Israel impediu a entrada de combustível temendo que o Hamas o use em foguetes e explosivos, mas os órgãos de socorro advertem que mais pessoas morrerão sem combustível, porque não poderão usar equipamentos médicos, plantas de dessanilização de água e ambulâncias. A ONU diz que 12 dos 35 hospitais do enclave fecharam por danos ou falta de combustível para seus geradores.

- Explosão regional -

A guerra também despertou temores de uma conflagração regional. O movimento Hezbollah, baseado no Líbano, lançou ontem um míssil contra um drone israelense.

Hamas, Hezbollah e o governo da Síria são apoiados pelo Irã, que rejeita a existência do Estado de Israel.

O rei jordaniano, Abdullah II, alertou que a violência poderia "conduzir a uma explosão" regional. A violência também cresceu na Cisjordânia ocupada, onde mais de 100 palestinos morreram desde 7 de outubro, segundo autoridades sanitárias palestinas.

O Banco Central Europeu mantém-se atento ao risco econômico que o conflito no Oriente Médio pode gerar, disparando os preços da energia, declarou sua presidente, Christine Lagarde, nesta quinta-feira.


FONTE: Estado de Minas


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