Caso Rafaela Drumond: delegado investigado no caso da escrivã encontrada morta faz acordo com MP para pagar multa de R$ 2 mil

27 nov 2023
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Audiência foi realizada no Juizado Especial da Comarca de Carandaí, no Campo das Vertentes, na tarde desta segunda-feira (27). Delegado Itamar Cláudio Netto foi ouvido durante audiência realizada em Carandaí

TV Integração/Reprodução

O delegado Itamar Cláudio Netto, investigado no caso da morte da escrivã Rafaela Drumond, pagará R$ 2 mil de multa em acordo firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) durante audiência de conciliação realizada na tarde desta segunda-feira (27).

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A sessão foi realizada no Juizado Especial da Comarca de Carandaí, no Campo das Vertentes, e analisava o crime de condescendência criminosa cometido pelo delegado - quando uma autoridade pública se omite diante de uma infração penal cometida por um subordinado.

A imprensa não pôde participar da audiência, realizada a portas fechadas.

Conforme a decisão, assinada pela juíza Marié Verceses da Silva Maia, o valor da multa será revertido ao Centro de Convivência e Permanência para idosos de Carandaí.

Delegacia da Polícia Civil em Carandaí, onde trabalhava a escrivã Rafaela Drumond

Thaís Fullin/TV Integração

Segundo o advogado do delegado, José Maria Fortes de Carvalho, ouvido pela TV Integração na saída da audiência, com o pagamento da multa, o caso será arquivado.

“Com relação ao artigo 128 do artigo penal, que seria em citação ao suicídio, que não ficou em momento algum comprovado nos autos. Posteriormente, as acusações quanto ao assédio sexual e assédio moral, também imputado ao delegado e ao inspetor, também não houve prova nenhuma, nenhum indício, nenhum indício nem fraco não teve. Então todas essas acusações foram arquivadas, nada comprovado, como de início os nossos clientes foram acusados”.

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Já a família da escrivã disse que contratou novo perito para contestar a perícia realizada pela corregedoria da Polícia Civil e que também acionará o Governo de Minas. : “No meu ponto de vista do pai, não foi uma perícia precisa, profissional. No ponto de vista de pai, entendeu, tendo em vista que ela foi completamente parcial ao inspetor e ao delegado”, disse Aldair Drumond.

Mais cedo, a Polícia Civil informou que, na esfera administrativa, uma sindicância ainda apura eventual responsabilidade disciplinar do delegado.

Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena

Reprodução/Redes Sociais

No fim de outubro, Justiça acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais e arquivou o inquérito que apurava a conduta do investigador Celso Trindade de Andrade, entendendo que o caso teria ultrapassado o prazo previsto para entrada no processo – que é seis meses da data do fato em casos de crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria).

Relembre o caso

09/06:

Rafaela Drumond foi encontrada sem vida pelos pais em casa, que fica em um distrito de Antônio Carlos. A escrivã, que tinha 31 anos, era lotada em Carandaí.

12/06:

Polícia Civil abre investigação sobre a morte da policial. Em paralelo à apuração policial, o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) informou sobre o recebimento de diversas denúncias de que a vítima vinha sofrendo assédio moral, sexual, além de pressão com a sobrecarga no trabalho.

13/06:

Em entrevista à TV Integração, o pai Aldair Divino Drumond disse que a filha não chegou a contar sobre os assédios.

15/06:

Um vídeo que mostra a escrivã sendo xingada começa a circular nas redes sociais. A perícia, na época, disse que iria investigar.

21/06:

Em áudios enviados a uma amiga em fevereiro deste ano, a escrivã relatou episódios de assédio moral e sexual, perseguição, boicote e até uma tentativa de agressão física.

23/06:

Delegado e investigador de Carandaí são transferidos de unidade.

29/06:

Delegado e investigador que trabalhavam com escrivã prestam depoimento.

18/10:

Ministério Público vê omissão de delegado investigado em caso de escrivã encontrada morta.

24/10:

Justiça acata o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso. Com isso, ficou confirmado o arquivamento do inquérito policial que apurava o investigador Celso Trindade de Andrade. Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”.

17/11:

Justiça marca para o dia 27 de novembro a audiência preliminar do processo que envolve a morte da escrivã Rafaela Drumond.

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FONTE: G1 Globo

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