BR-352: entenda por que a rodovia foi considerada a pior de MG

03 dez 2023
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Trepidação, buracos, falta de acostamento e prejuízos estão entre os fatores que contribuíram para o resultado da avaliação feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). BR-352 passa por Martinho Campos

TV Integração/Reprodução

Trepidação, buracos, falta de acostamento e prejuízos estão entre os fatores que fazem da BR-352, entre Abaeté e Pará de Minas, a pior rodovia que corta Minas Gerais. O ranking divulgado na última quarta-feira (29) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) avaliou 520 rodovias.

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Estudo

O estudo analisou 11.502 km da malha rodoviária do país. Os critérios de avaliação são as condições de pavimento, sinalização, visibilidade, acostamento, pontes, entre outros pontos.

Dos 15.605 km de rodovias pesquisados em Minas Gerais, 12.272 km estão com estado geral regular, ruim ou péssimo (78,6%). Somente 381 km foram avaliados como ótimos, o que corresponde a 2,4%.

Na primeira posição em território mineiro, está a BR-050, entre Araguari e Delta, no Triângulo.

Estudo sobre a BR-352

Pavimento

De acordo com a pesquisa, a avaliação do pavimento compreende três variáveis: a condição do pavimento, a condição do rolamento e a condição de acostamento.

O pavimento deve suportar os efeitos do clima, permitir deslocamento suave, não causar desgaste excessivo dos pneus ou nível alto de ruídos, resistir ao fluxo de veículos, permitir o escoamento da água na sua superfície, direcionando-a para um sistema de drenagem eficiente, e proporcionar boa aderência para evitar derrapagens.

O pavimento da BR-352, nesses parâmetros, foi avaliado como regular.

Sinalização

A outra característica avaliada pela CNT na pesquisa é a sinalização, onde são consideradas variáveis as sinalizações horizontais, ou seja, as faixas centrais e laterais; as sinalizações verticais, sendo as placas e a visibilidade e legibilidade destas; e os dispositivos auxiliares, ou seja, barreiras de proteção.

A classificação da BR-352, neste parâmetro, foi considerada ruim. De todas as rodovias de Minas Gerais, apenas 25% tiveram avaliações positivas entre ótimas e boas.

Geometria da via

De acordo com a CNT, para avaliação da geometria da via são coletadas as variáveis associadas ao projeto geométrico da rodovia.

Esse, é diretamente relacionado, entre outros, à distância de visibilidade, à possibilidade de realizar ultrapassagens em segurança e à velocidade máxima que pode ser desenvolvida pelo motorista.

A geometria da BR-352 também foi avaliada como ruim. No estado, 80% das vias tiveram avaliação regular, ruim ou péssima.

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Prejuízos e insegurança

No Centro-Oeste de Minas, a agropecuária é um dos setores mais fortes da economia e a criação de suínos e aves em granjas é uma prática de mercado comum.

Para tratar dos animais e escoar a produção, o empresário do setor, Luiz Gustavo Teles, usa o trecho citado pela CNT diariamente. Por isso, além dos prejuízos que ele acumula, a insegurança dos funcionários também é uma preocupação.

"A gente utiliza essa rodovia de Pará de Minas até Martinho Campos. Sempre no início das chuvas os buracos se abrem e quase inviabiliza o tráfego. Usamos a rodovia tanto para levar ração para a granja quanto para a saída de animais. Temos inúmeros prejuízos como atrasos na entrega de animais, atraso na entrega de ração, quebra de caminhão, pneus, rodas, molas. São muitos os prejuízos ao longo do ano são muito difíceis, ainda tem a preocupação com os funcionários pelos riscos, principalmente com o período chuvoso", afirmou Luiz.

Dejair Fonseca Nogueira também é empresário e motorista. Ele tem uma empresa de turismo e rotineiramente a frota dele passa pelo trecho. Ele também reclama de insegurança e prejuízos.

"A má conservação da pista é um problema de segurança para nós e motivo de muita preocupação. Transitamos com pessoas dentro de ônibus e passar por esse trecho requer muita atenção porque são muitos buracos, falta de acostamento, muito mato nas margens da via, o que prejudica a visão dos motoristas, principalmente em curvas. Essa rodovia, de fato, é uma das piores que conhecemos", disse Dejair.

Número de acidentes

A falta de infraestrutura no trecho colabora para a ocorrência de acidentes, conforme a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Só neste ano foram 58 acidentes com vítimas e sete mortes no trecho.

Os números têm sido semelhantes a cada ano, como apontou um levantamento da PMRv, feito a pedido do g1. Veja abaixo.

"É uma estrada bastante sinuosa, com trechos de aclive e declive, curvas bastante acentuadas. Com certeza, a falta de manutenção da pista, em questão de acostamento, limpeza e buracos, contribui para a ocorrência de sinistros e faz da BR-352 uma das vias mais perigosas de Minas Gerais", avaliou o tenente da PMRv, Celso Santiago.

"Estamos sempre atuando, realizando operações com o intuito de coibir irregularidades, infrações de trânsito, mas também, para orientar os usuários e tentar de alguma forma minimizar e diminuir essa incidência de sinistros que tem ocorrido nesse trecho", finalizou o policial.

Acidentes na BR-352

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FONTE: G1 Globo


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