2º dia do Primavera Sound tem The Cure apoteótico, Beck burocrático e Carly Rae Jepsen irresistível
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Festival paulistano encerrou sua segunda edição neste domingo (3). Line-up teve ainda performance menos espontânea de Marina Sena e Bad Religion com show vibrante. The Cure toca "Friday I'm in Love" e agita público do Primavera Sound
O domingo e último dia do Primavera Sound 2023 encerrou com a apresentação apoteótica de The Cure, que há dez anos não fazia shows no país. Robert Smith e companhia tocam por 2h30 sucessos de diferentes eras do grupo e encerram festival com apoteose pós-punk gótica. A programação também foi marcada por Carly Rae Jepsen irresistível mostrando que é mais do que seu único hit, "Call me maybe", e Beck, conhecido pela música "Loser", em uma apresentação corrida, dançante, mas burocrática. No primeiro dia do festival, no sábado (2), os destaques foram The Killers (com um fã tocando bateria com a banda) e uma homenagem histórica para Rita Lee, feita por Marisa Monte e Roberto de Carvalho. Com um público de cerca de 50 mil pessoas por dia (metade da lotação de outros eventos já realizados no Autódromo), o Primavera Sound deixou clara sua proposta: uma estrutura mais enxuta, uma programação mais alternativa e bem menos filas ou perrengues para quem participa. The Cure The Cure empolga com 'In Between Days" no Primavera Sound Com duas horas e meia de duração, o show do The Cure que encerrou o domingo não foi só o mais longo do festival, foi também o melhor. A duração ajuda, mas não é só isso. A banda de pós-punk gótico usa de sua experiência adquirida ao longo dos 45 anos de existência para manter o público, que em sua grande maioria tinha vindo mesmo para vê-los, na mão do começo ao fim. Do alto de seus 64 anos de idade, o vocalista e único membro fundador ainda no Cure Robert Smith guia o público em uma jornada cheia de altos e baixos sentimentais e uma voz que continua uma das melhores do rock. Leia mais sobre o show do The Cure aqui. Bad Religion Bad Religion levanta público ao som de 'Infected' Figurinha frequente nos palcos brasileiros, Bad Religion empolgou em um show vibrante e barulhento como toda apresentação de punk rock deve ser. Ícones do estilo na década de 1990, eles passearam pelos maiores sucessos da carreira. Os caras chegaram velozes e diretos ao ponto com "The Defense" e "Los Angeles is burning". Rolaram também "Anesthesia", “Infected", “No control”, “Fuck you” e “You”, além das indispensáveis “21st Century (Digital Boy)” e “American Jesus”. Leia mais sobre o show do Bad Religion no Primavera Sound 2023. Beck Beck toca "Loser" e levanta a galera no Primavera Sound De volta ao Brasil após 10 anos, Beck parecia estar com pressa, mas fez um show dançante para fãs. A apresentação é veloz, sem muitas firulas com a plateia. Uma música sai praticamente amarrada na outra, em um setlist que exibiu o talento que todo mundo sabia que existe ali. Mas ainda assim a performance soou burocrática. Além da parte dançante representada por músicas como o hit "Loser", o clima ficou mais introspectivo com "Lost cause" e “Everybody’s got to learn sometime”, recebidas por coros suaves da plateia. Leia mais sobre o show de Beck no Primavera Sound. Marina Sena Marina Sena canta “Por Supuesto” no Palco Barcelona do Primavera Sound Mais adaptada ao padrão indiferente das divas pop, Marina Sena mostrou menos espontaneidade do que nas grandes apresentações anteriores. O estilo "gente como a gente" no palco chegou a ser um trunfo das performances de Marina, mas vem se perdendo à medida que a cantora se torna mais popular. O público, por sua vez, também reagiu de forma menos intensa. Arroz de festa de festivais, a cantora mineira também mandou recado a quem diz que ela mudou: "Canto MPB, tá?". Leia mais sobre o show de Marina Sena no Primavera Sound. Carly Rae Jepsen Carly Rae Jepsen agita público do Primavera Sound com "Call Me Maybe" Para duas centenas de empolgados fãs que se espremeram na grade, Carly Rae Jepsen é uma popstar com alma de indie, uma diva injustiçada boa demais para as paradas de sucesso. Para a maioria das pessoas que ainda chegavam ao festival, porém, Carly ainda é a voz de “Call Me Maybe”, único hit da cantora canadense de 38 anos. Nenhuma música foi tão cantada quanto esse hino pop de 2012, é claro. Carly tem carreira em que tenta se desassociar do único hit da carreira, mas a apresentação provou toda força da música, mesmo com um excelente repertório de pop brega colante. Leia mais sobre o show de Carly Rae Jepsen no Primavera Sound. VÍDEOS Os melhores momentos do Primavera Sound 2023FONTE: G1 Globo