Universidade Federal de Lavras aprova cotas para pessoas trans em cursos de graduação em MG; veja critérios

06 dez 2023
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Segundo a UFLA, a instituição é a primeira universidade a adotar esta iniciativa em Minas Gerais. Expectativa é que vagas sejam ofertadas até segundo semestre de 2024. A Universidade Federal de Lavras (UFLA) aprovou o sistema de cotas para pessoas trans - travestis, transexuais e transgêneros em cursos de graduação. Segundo a instituição, a UFLA é a primeira universidade a adotar esta iniciativa em Minas Gerais.

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Segundo a UFLA, cada curso de graduação terá uma vaga a mais nos campi de Lavras (MG) e São Sebastião do Paraíso (MG). A expectativa é que as vagas sejam ofertadas até o segundo semestre de 2024.

Universidade Federal de Lavras aprova cotas para pessoas trans - travestis, transexuais e transgêneros em MG

Divulgação / UFLA

O candidato poderá concorrer à vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e/ou pelo Processo de Avaliação Seriada (PAS). Ao ser selecionado, ele passará por uma avaliação interna, uma vez que as vagas reservadas são específicas da UFLA.

Quais são os critérios para cotas trans?

Para concorrer às vagas selecionadas a este público, o interessado deverá:

ter concluído integralmente o ensino médio em escolas públicas;

realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);

inscrever-se em Edital próprio de Processo Seletivo específico;

e autodeclarar-se como pessoa trans no momento da solicitação da matrícula inicial, conforme Edital do Processo Seletivo, por meio de formulário específico disponibilizado no endereço eletrônico da Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DRCA).

Como funcionará a seleção?

"Essa seleção interna é necessária, pois as vagas reservadas são supranumerárias, ou seja, será uma vaga a mais das já disponíveis pela Universidade. Diante disso, o candidato precisa passar por uma classificação em caso de empate. No edital, a ser publicado, serão estabelecidos critérios para desempate. Na autodeclaração, o candidato apresentará, se necessário, a declaração de uma entidade, como, por exemplo, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que já é uma associação reconhecida na comunidade T”, explica a pró-reitora Elisângela Elena Nunes Carvalho.

Como surgiram as cotas trans na UFLA?

“O primeiro passo foi buscar apoio para a criação de uma comissão. Tivemos apoio da Aliança Nacional LGBT, de deputados e deputadas, além de outras universidades fora de Minas que já tinham cota para pessoas trans”, informou a egressa de Direito, Maria Montenegro Ramessés.

A comissão apresentou dados que comprovam a importância das cotas para pessoas trans em uma universidade federal.

“O Brasil é o país que mais mata pessoas trans, por ser um grupo marginalizado que não está no mercado formal de trabalho. Há dados de que mais de 95% da população trans travesti do país tem que recorrer à prostituição como fonte de subsistência, ou seja, não há outra opção, se a pessoa quiser sobreviver. Essa coletânea de dados foi a justificativa que utilizamos para mostrar e demonstrar a pertinência do tema e a necessidade de adequação, de mostrar que essa é uma medida de igualdade”, explica Maria, que participou da comissão.

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FONTE: G1 Globo


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