5G chega a todas as capitais; veja dicas para facilitar conexão
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Início da tecnologia do Brasil foi acompanhado de reclamações de instabilidade e baixa velocidade. Especialistas explicam que distância das antenas e tipo de ambiente são importantes. Tecnologia ainda é para poucos porque exige celulares compatíveis
Jefferson Bernardes/PMPA O 5G finalmente chegou a todas as capitais do Brasil nesta quinta-feira (6). Com velocidade até 10 vezes maior do que a do 4G, a tecnologia promete trazer profundas mudanças na conexão de dados móveis. No entanto, o 5G ainda é para poucos. É preciso ter um aparelho compatível e, de acordo com a exigência de cada operadora, ainda pode ser necessário trocar chips e comprar novos planos de dados. VEJA: lista completa, atualizada, de aparelhos e as regras das operadoras GUIA: perguntas e respostas da tecnologia Mas mesmo quem está equipado teve dificuldades para se conectar. Muitas capitais que receberam a conexão tiveram reclamações por causa da instabilidade e a velocidade baixa. Por isso, o g1 ouviu especialistas para saber quais são os principais fatores para deixar a conexão mais fluida e rápida possível nessa faixa.Fatores externos
Com os aparelhos certos e dentro da área de cobertura, os principais pontos que ajudam a ter uma conexão boa são: Distância das antenas; Ambiente externo. Até quão longe pode ficar das antenas? Segundo a Anatel, a distância ideal de cobertura entre as antenas é de 300 metros, por isso ajuda muito estar posicionado nessa área. A Anatel tem os dados de todas as antenas licenciadas do Brasil — com endereço, latitude e longitude de cada uma — na página: "http://sistemas.anatel.gov.br/se/public/view/b/licenciamento.php". Estar em uma área com alta densidade de antenas é ainda mais importante no caso do 5G por causa do baixo comprimento de suas ondas. Por outro lado, é exatamente essa característica da rede que garante velocidade muito superior às outras faixas. g1 testou velocidade do 5G em São Paulo no dia da ativação do sinal, veja: G1 testa velocidade do 5G em São Paulo Ambientes abertos O baixo comprimento das ondas também torna a conexão no 5G mais sensível quando tem de enfrentar obstáculos como paredes e prédios. Então, para essa faixa, por enquanto, será ainda mais importante fazer a conexão em locais abertos. O diretor-geral do Instituto IT Midia, Vitor Cavalcanti, analisa que só será possível driblar essa fragilidade em locais fechados com um esforço em larga escala na infraestrutura. "Vai entrar a complementariedade, que é pegar o 5G, que está do lado de fora, e usar esse 5G dentro, trazendo o sinal para as edificações, como equipamentos que funcionam que nem o wi-fi", diz. "A gente não vai ter muito como fugir disso. Têm estudos mostrando que, em lugares fechados, que têm muito obstáculo, é muito difícil de quebrar, por mais potente que o sinal de 5G seja." VEJA TAMBÉM: Qual a diferença entre os tipos de internet 5G? Qual celular 5G 'barato' comprar? g1 testa modelos de até R$ 2.500 Outras questões O presidente da Teleco (grupo de profissionais da telecomunicação), Eduardo Tude, explica que muitos outros fatores difíceis de mensurar impactam a conexão. "O projeto de uma rede de celular é muito complexo. É assimilado em um software específico para isso e leva em consideração o tráfego, o relevo, as edificações", ressalta. Ele acrescenta que a qualidade do aparelho ainda pode fazer a diferença, mas apenas em situações específicas. "A qualidade do aparelho conta um pouco nos casos-limite [com sinal muito baixo]. Às vezes o receptor dele têm uma sensibilidade um pouco maior." Responsabilidade A faixa principal do 5G foi ativada em julho no Brasil e apenas em outubro todas as capitais receberam a faixa. É responsabilidade das operadoras garantir a ativação das antenas, com pelo menos uma estação a cada 100 mil habitantes. O analista de tecnologia da XP Bernardo Guttman lembra desse contexto para ressaltar que a conexão mais fácil dependerá sempre do trabalho das operadoras. "A infraestrutura para o 5G não depende apenas da frequência, mas também de uma infraestrutura adequada como por exemplo a construção de micro data centers próximos aos usuários e das torres de celular para redução da latência", explica. "Tem que reclamar com a operadora. Porque, a partir dessa reclamação, a operadora pode tentar um melhor posicionamento dessas antenas. Essa é a única solução", completa Marcelo Zuffo, professor titular do departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli-USP e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). O próximo passo para expansão do 5G é a ativação da rede em cidades com mais de 500 mil habitantes, que deve ser realizada até janeiro de 2023. Qual será a revolução que o 5G pode trazer? Assista: G1 Explica: a revolução do 5GFONTE: G1 Globo