Sistema bancário dos EUA é ‘sólido’, diz Yellen
O sistema bancário dos Estados Unidos é sólido, apesar das recentes turbulências causadas pela quebra de três bancos, incluindo o emblemático financiador de startups Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank - disse a secretária do Tesouro nesta quinta-feira (16), Janet Yellen.
Três falências consecutivas no setor bancário em menos de uma semana marcam as piores quebras desde a crise financeira de 2008 e levaram as autoridades americanas a tomarem medidas drásticas muito rapidamente para proteger os depósitos.
A avaliação das autoridades foi que havia "sério risco de contágio e de retiradas em massa" entre os clientes que tinham recursos acima do garantido pelo aparato federal nesses dois bancos, explicou a secretária, em uma comissão do Senado.
Em meio a esses temores, o Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) também anunciou um mecanismo para conceder recursos aos bancos, se necessário, para atender a demanda de seus clientes.
"As ações desta semana demonstram nosso compromisso em garantir que nosso sistema financeiro continue forte, e os depósitos dos correntistas permaneçam seguros", disse Yellen à Comissão de Finanças do Senado.
"Posso assegurar aos membros da Comissão que nosso sistema bancário é sólido", acrescentou ela na audiência, destinada, inicialmente, a tratar da proposta orçamentária federal do governo Biden.
- Temores de contágio -
Os temores de contágio se espalharam pela Europa.
Na Suíça, o Credit Suisse entrou na tempestade na quarta-feira e desabou 24,24% na bolsa. Nesta quinta-feira, sua ação conseguiu se recuperar depois de a entidade ter anunciado, na madrugada (horário europeu), que pedirá um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (em torno de US$ 53,7 bilhões) ao Banco Central.
Credor histórico de startups desde os anos 1980, o SVB ficou exposto a altas de juros decididas pelo Fed para conter a inflação, e seus clientes, que viram o crédito ficar mais caro, começaram a sacar depósitos.
A corrida abalou o banco, 16º em volume de ativos, que não conseguiu angariar fundos para responder. Diante de sua insolvência, os órgãos reguladores assumiram o controle da entidade falida na sexta-feira (10).
No domingo (12), o Tesouro, o Federal Reserve e a Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) garantiram a recuperação de todos os depósitos. Ao mesmo tempo, o novo mecanismo do Fed para os bancos terem acesso a recursos, se necessário, buscava tranquilizar o mercado e evitar o contágio para outras entidades.
Esse tipo de intervenção requer a decisão do conselho da FDIC, de uma maioria qualificada do conselho do Fed e a própria secretária do Tesouro, em consulta com o presidente do país.
A consideração de adotar medidas excepcionais desse tipo requer "determinar que, em caso de fracasso em proteger depósitos não segurados (pela FDIC, que cobre até US$ 250.000), se criaria um risco sistêmico com consequências econômicas e financeiras significativas", explicou Yellen.
Devido aos aumentos das taxas de juros, alguns ativos do SBV, como títulos do Tesouro, perderam valor de mercado. Quanto maior a taxa, menor o valor do título.
TESORO
FONTE: Estado de Minas