Turquia anuncia extensão do acordo sobre grãos da Ucrânia
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste sábado (18) a prorrogação do acordo que permite a exportação de grãos da Ucrânia negociado após a invasão russa para aliviar a crise alimentar global.
Assinado em julho de 2022 por Ucrânia e Rússia, com mediação de Ancara e da ONU, o pacto atual permite que navios carregados com grãos ucranianos transitem com segurança do Mar Negro até a Turquia, onde são inspecionados por uma equipe conjunta.
Este acordo permitiu a exportação de milhões de toneladas de milho, trigo e outros grãos, bloqueados nos portos desde o início da invasão russa, no final de fevereiro de 2022.
A Ucrânia era um dos maiores produtores de grãos do mundo antes da guerra, e essa situação estimulou a alta dos preços dos alimentos em todos os continentes.
"Após conversas com as duas partes, garantimos a extensão do acordo que expiraria em 19 de março", disse o presidente turco, em um discurso na televisão, sem informar a duração dessa prorrogação.
O ministro ucraniano da Infraestrutura, Oleksandr Kubrakov, afirmou que o acordo foi prorrogado por 120 dias.
"A Iniciativa dos Grãos do Mar Negro foi prorrogada por 120 dias. Agradecemos a António Guterres, da ONU; ao presidente Recep Tayyip Erdogan; ao ministro [da Defesa da Turquia] Hulusi Akar; e a todos os nossos parceiros, por terem confirmado esse acordo", tuitou Kubrakov.
Erdogan ressaltou que este acordo "é de uma importância vital para o abastecimento mundial de alimentos".
"Agradeço à Rússia e à Ucrânia, que não pouparam esforços para uma nova extensão do acordo e também ao secretário-geral da ONU", disse o presidente turco.
As condições do pacto contemplavam sua renovação automática por 120 dias, a menos que uma das partes apresentasse objeções. Foi o que aconteceu em novembro, quando a renovação automática permitiu estendê-lo até este sábado, 18 de março, às 23h59, hora de Istambul.
- Incerteza -
Em 13 de março, após uma reunião com altos funcionários da ONU em Genebra, a Rússia propôs limitar a extensão para apenas 60 dias. A Ucrânia expressou sua discordância, mas sem rejeitar abertamente a proposta russa.
Moscou justificou a mudança de posição, alegando que um acordo paralelo para a exportação de alimentos e de fertilizantes russos não estava sendo respeitado.
Este compromisso, também assinado em julho de 2022 com a ONU, implica que estes produtos fiquem excluídos das sanções aplicadas contra a Rússia pelos aliados da Ucrânia.
FONTE: Estado de Minas