UE aprova plano de 2 bilhões de euros para fornecer munição à Ucrânia
Ministros das Relações Exteriores de países da União Europeia (UE), reunidos em Bruxelas nesta segunda-feira (20), chegaram a um acordo para desbloquear 2 bilhões de euros (R$ 11 bilhões) para fornecer o enorme volume de munição solicitado pela Ucrânia e aumentar a produção no bloco, disseram diplomatas.
Os ministros aprovaram um plano de três etapas para entregar um milhão de munições de 155 mm à Ucrânia, restaurar estoques estratégicos nacionais e expandir a capacidade de produção da indústria de defesa do bloco, de acordo com diplomatas de cinco países.
O governo ucraniano já havia alertado repetidamente que suas tropas devem racionar seu poder de fogo, em um momento marcado pelo desgaste da guerra.
Fontes diplomáticas indicam que a Ucrânia precisa de cerca de 350 mil projéteis por mês para conseguir conter o avanço russo e planejar contraofensivas ainda este ano. No entanto, os países da UE estão com arsenais muito baixos, o que fez soar um alerta no bloco.
Os ministros europeus, portanto, discutiram estratégias para montar e abastecer a Ucrânia com um milhão de projéteis nos próximos 12 meses e repor as reservas estratégicas do bloco.
Ao chegar ao encontro, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, ressaltou a necessidade urgente de se chegar a um acordo.
"Caso contrário, teremos dificuldades para continuar fornecendo armas à Ucrânia", disse o diplomata espanhol.
A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, por sua vez, analisou que a ajuda à Ucrânia precisa ser "mais rápida e imediata".
O plano firmado pelos ministros em Bruxelas tem como primeira fase fornecer 1 bilhão de euros (em torno de R$ 5,6 bilhões) em fundos compartilhados para que os países do bloco encontrem projéteis em suas reservas que possam ser rapidamente enviados à Ucrânia.
Na etapa posterior, um pacote de mais 1 bilhão de euros será utilizado para fazer compras conjuntas de projéteis de 155 mm.
Já a terceira etapa visa ampliar a capacidade de produção das empresas europeias de defesa, a fim de abastecer a Ucrânia e repor as reservas nacionais.
Os países da UE já haviam anunciado um amplo apoio militar de 12 bilhões de euros (aproximadamente R$ 67 bilhões) à Ucrânia, incluindo 3,6 bilhões de euros já utilizados do Fundo Europeu de Apoio à Paz (FEAP).
A discussão está agora centrada no papel da Agência Europeia de Defesa (EDA) e na prioridade que deve ser dada às produtoras europeias.
A intenção dos diplomatas é conseguir fazer os primeiros envios de projéteis para a Ucrânia em maio e assinar os contratos conjuntos no início de setembro.
FONTE: Estado de Minas