Grande júri volta a se reunir em NY para avaliar acusações contra Trump

22 mar 2023
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Um grande júri deve se reunir novamente nesta quarta-feira (22) em Nova York para avaliar se deve ou não apresentar acusações contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, por pagar uma atriz pornô para comprar seu silêncio antes das eleições de 2016.

Com barricadas do lado de fora da Trump Tower e a polícia em alerta máximo, a cidade está em suspense há dias com a possibilidade de o ex-presidente ser indiciado pelo tribunal estadual de Nova York.

Nos Estados Unidos, os promotores podem apresentar testemunhas e evidências a um painel de cidadãos conhecido como grande júri, que decide se um caso justifica uma acusação.

Se indiciado, o magnata de 76 anos se tornaria o primeiro ex-presidente dos EUA acusado de um crime e suas aspirações de ser eleito candidato presidencial republicano para as eleições de 2024 se complicam.

Também seria a primeira vez que um ex-presidente dos Estados Unidos poderia ser preso, registrado com impressões digitais e possivelmente algemado.

Os grandes júris operam em segredo para evitar perjúrio, ou manipulação de testemunhas, antes do julgamento, tornando praticamente impossível acompanhar seu trabalho.

O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, que foi visto chegando a seu escritório na manhã desta quarta-feira, não confirmou publicamente nenhum procedimento.

Alguns jornais americanos especulam que o grande júri deste caso poderia votar em uma possível acusação de Trump quando se reunir novamente hoje à tarde, depois de não ter feito isso na terça-feira. Não se sabe quando Bragg eventualmente anunciaria as acusações.

Especialistas jurídicos sugeriram que Trump, atualmente em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, provavelmente será indiciado perante um juiz do Tribunal Criminal de Manhattan na próxima semana.

Bragg, um democrata eleito pelo povo, formou o grande júri em janeiro após uma investigação sobre os US$ 130 mil pagos à atriz pornô conhecida como Stormy Daniels há mais de sete anos.

O pagamento foi feito semanas antes da eleição de 2016, supostamente para impedir que Daniels tornasse pública uma relação que ela afirma ter tido com Trump anos antes. Trump, que governou de 2017 a 2021, nega o caso e chamou a investigação de "caça às bruxas".

Michael Cohen, ex-advogado pessoal de magnata republicano que testemunhou perante o grande júri, disse ao Congresso em 2019 que fez o pagamento em nome de Trump e foi posteriormente reembolsado.

Se não for devidamente contabilizado, o pagamento a Daniels pode resultar em uma acusação de contravenção por falsificação de registros comerciais, dizem os especialistas.

Mas pode se tornar um crime grave, se essa manipulação contábil tiver como objetivo acobertar um segundo crime, como violar as leis de financiamento de campanha, que é punível com até quatro anos de prisão.

Os analistas afirmam que isso não foi comprovado e seria difícil de provar no tribunal, o que torna a possibilidade de prisão remota.


FONTE: Estado de Minas


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