EUA descarta retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo
O governo dos Estados Unidos "não prevê" tirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken, no Congresso nesta quinta (23).
"Não prevemos tirá-los da lista", respondeu Blinken a uma pergunta da congressista de origem cubana María Elvira Salazar durante uma audiência no comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes.
"Não existe uma revisão automática ou obrigatória (...) A lei fornece critérios muito claros para retirar as nomeações, há um padrão elevado para se fazer isso", pontuou o chefe da diplomacia do governo de Joe Biden.
Salazar lhe perguntou se Cuba havia alcançado o padrão, e Blinken a respondeu: "Claramente, não".
Em janeiro de 2021, o antecessor de Blinken, o republicano Mike Pompeo, reintroduziu Cuba na lista de Estados que promovem o terrorismo, o que gera obstáculos para a entrada de investimentos estrangeiros devido às consequências legais que os investidores poderiam incorrer nos Estados Unidos.
Pompeo não vinculou a Cuba nenhuma ação terrorista recente, mas condenou sua negativa de extraditar os líderes da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia ao governo do então presidente colombiano de direita Iván Duque.
A Colômbia, agora dirigida pelo presidente de esquerda Gustavo Petro, reiniciou as negociações com o ELN.
O ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) pôs fim à aproximação promovida pelo democrata Barack Obama (2009-2017), de quem Biden foi vice-presidente, após o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
Em 2022, Washington e Havana retomaram as negociações sobre a questão migratória, em um contexto de êxodo recorde de cubanos, principalmente para os Estados Unidos.
E em janeiro de 2023, a embaixada americana em Havana reiniciou a entrega de vistos para os cubanos que desejam se erradicar nos Estados Unidos.
No entanto, uma normalização de relações com a a ilha comunista não parece estar na agenda de Biden, sobretudo desde a repressão dos protestos de julho de 2021.
Washington não apenas manteve Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, da qual também fazem parte Irã, Coreia do Norte e Síria, mas também a incluiu em outra de nações que não respeitam a liberdade religiosa.
FONTE: Estado de Minas