Governo da Colômbia pretende negociar trégua com ELN em Cuba

04 abr 2023
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O governo da Colômbia pretende alcançar um cessar-fogo com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) no terceiro ciclo de diálogos de paz que começa em Havana em 26 de abril, anunciou o negociador oficial nesta terça-feira (4).

"É absolutamente necessário acordar um cessar-fogo bilateral com o ELN na próxima rodada de negociações" e também o fim das "hostilidades" contra a população civil, disse Otty Patiño em entrevista com a Blu Radio.

Sob o impulso do presidente de esquerda e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, o governo negocia a paz desde final de 2022 com os rebeldes guevaristas do ELN em rodadas de diálogos com sedes rotativas: Caracas (novembro), Cidade do México (fevereiro) e Havana (26 de abril).

A morte de nove militares nas mãos de membros dessa organização em 29 de março lançou, no entanto, dúvidas sobre a continuação destas negociações.

Patiño, ex-companheiro de armas de Petro na guerrilha M-19, levantou "dúvidas razoáveis" que deverão ser esclarecidas nas negociações de Cuba.

"Há uma real unidade de comando no ELN com líderes respeitados por suas fileiras? Há uma vontade real de paz?", questionou.

O porta-voz do governo assegurou que as negociações podem ser suspensas de forma "temporária" até que estas dúvidas sejam esclarecidas, mas não considera que "a mesa seja encerrada definitivamente".

Uma primeira rodada de negociações em dezembro em Caracas resultou em um acordo para a libertação de reféns e ações humanitárias.

O presidente Petro rapidamente anunciou um cessar-fogo com o ELN e outros grupos armados, mas a guerrilha negou imediatamente a trégua e estremeceu os diálogos.

Afetada por meio século de conflito armado, a Colômbia tentou diversas negociações de paz com os grupos armados, muitas delas fracassadas. Em 2016, um histórico pacto desarmou a poderosa guerrilha das Farc e transformou-a em partido político.

O primeiro presidente de esquerda da história do país busca uma saída negociada para a violência que envolve rebeldes, traficantes e membros de gangues. As negociações do ELN fracassaram com cinco governos.

Com cerca de 3.500 combatentes, a guerrilha tem uma estrutura federada, com relativa independência entre suas frentes, o que dificulta um eventual acordo, segundo especialistas.


FONTE: Estado de Minas


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