Manifestantes interrompem discurso de Macron em Haia
Um grupo de manifestantes interrompeu o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, nesta terça-feira (11), em Haia, no primeiro dia de sua visita de Estado aos Países Baixos.
Quando estava prestes a fazer um pronunciamento sobre o futuro da Europa, Macron foi interrompido por gritos.
Das arquibancadas, manifestantes entoavam "onde está a democracia francesa?" e "a convenção do clima não é respeitada". Eles também carregavam uma faixa com a frase "Presidente da Violência e Hipocrisia" em inglês.
O mandatário francês enfrenta uma onda de protestos contra a reforma da Previdência em seu país, onde busca aumentar a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos.
Durante seu discurso, que durou cerca de 30 minutos, Macron defendeu uma maior autonomia econômica da Europa e insistiu na necessidade de reforçar a competitividade do continente por meio de reformas.
Ele também abordou a falta de competitividade no setor industrial, que descreveu como "tabu".
"Precisamos dessa política industrial, porque nossos concorrentes interferem no mercado" europeu, enfatizou, pedindo um aumento dos subsídios.
O presidente francês defendeu recentemente a "autonomia estratégica" da União Europeia frente à China e aos Estados Unidos, após uma viagem a Pequim.
Suas declarações geraram polêmica e obrigaram um de seus amigos próximos, o eurodeputado Stéphane Séjourné, a reforçar que a França não permaneceu "equidistante" entre Pequim e Washington, mas "obviamente" é aliada dos Estados Unidos.
Nos Países Baixos para uma visita de Estado de dois dias, Macron e sua esposa, Brigitte, foram recebidos com honras militares e hinos nacionais nesta manhã, no Palácio Real de Amsterdã, pelo rei, Willem-Alexander, e sua esposa, Máxima.
Após a recepção e um almoço privado, o casal real ofereceu um jantar de Estado ao presidente francês.
"Reformar não é fácil", disse o monarca neerlandês durante o brinde. "Para nós, para a Europa e para o mundo inteiro, é vital que a França seja forte, próspera e confiante", acrescentou.
Sua passagem pelo país, logo após retornar de Pequim, marca a aproximação das relações da França com os Países Baixos. Macron tem um bom relacionamento pessoal com o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte.
Os países do Leste Europeu, que permanecem muito próximos à Otan e à proteção dos Estados Unidos, olham com desconfiança para este movimento, enquanto Paris insiste em que ele é complementar à Aliança Atlântica.
FONTE: Estado de Minas