Após viagem à China, Lula inicia visita aos Emirados Árabes Unidos
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou à Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU) neste sábado (15), após uma passagem pela China, onde reforçou laços diplomáticos e econômicos com a potência asiática.
Lula foi recebido no aeroporto da cidade pelo ministro de Energia e Infraestrutura dos Emirados. À noite, ele se encontrará com o presidente do país, o xeique Mohammed ben Zayed.
Durante sua visita serão discutidos "temas de agenda bilateral, incluindo comércio, investimentos, transição energética, mudanças climáticas e segurança global", disse um comunicado do Itamaraty.
"Desde 2008, os EAU estão entre os três principais parceiros do Brasil no Oriente Médio" e em 2022 "foi o principal destino das exportações brasileiras entre os países árabes", acrescentou.
Em Pequim, Lula anunciou que o Brasil está "de volta" ao cenário internacional, após os quatro anos de afastamento diplomático durante o mandato de seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro (2019-2022).
Antes de deixar a China, o presidente brasileiro, que aspira fazer parte de uma mediação de paz entre a Rússia e a Ucrânia, pediu aos Estados Unidos que parem de "incitar a guerra".
Ao contrário de outras potências ocidentais, Brasil e China não impuseram sanções contra a Rússia e se apresentam como mediadores para encerrar o conflito que eclodiu em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a ex-república soviética.
Os Emirados Árabes, que também adotaram uma posição de neutralidade perante o conflito, receberam um número significativo de empresários russos, sobretudo em Dubai, buscando evitar as sanções ocidentais.
O comércio entre o país da Península Arábica e o Brasil somou US$ 5,768 bilhões (em torno de R$ 29 bilhões) em 2022, um aumento de 74,5% em relação ao ano anterior, com um superávit de 740 milhões a favor do Brasil, segundo dados oficiais brasileiros.
Dos US$ 3,254 bilhões (R$ 16 bilhões) faturados, o principal produto de exportação brasileiro foi a carne de frango (29% do total), seguida do açúcar (14%), ouro (14%), celulose (8,2%) e carne bovina (8%).
Já nas importações, 89% do valor total correspondeu à compra de petróleo e materiais derivados de hidrocarbonetos.
FONTE: Estado de Minas